Após absolvição em júri, família de campeão de jiu‑jitsu reage e promete recursos.

Após absolvição em júri, família de campeão de jiu‑jitsu reage e promete recursos.

Júri absolve ex‑tenente e família protesta

Um júri popular absolveu nesta semana o ex‑tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão de jiu‑jitsu Leandro Lo em agosto de 2022, dentro de um estabelecimento noturno em São Paulo. A decisão, tomada após três dias de sessões no Tribunal do Júri, provocou forte reação da família da vítima e mobilização de apoiadores nas redes sociais.

Segundo análise da redação do Noticioso360, cruzando matérias do G1 e da Folha de S.Paulo, a defesa sustentou a tese de legítima defesa, enquanto a promotoria argumentou que houve reação desproporcional por parte do réu.

O veredito e a reação da família

Na tarde em que o veredito foi lido, Fátima Lo, mãe de Leandro, usou as redes sociais para expressar indignação: “Enterrei ele pela segunda vez”, disse a mãe, frase que rapidamente se espalhou e passou a ser lembrada durante atos simbólicos promovidos por parentes e aliados.

Familiares afirmaram que a absolvição reafirma falhas no processo de responsabilização quando agentes públicos estão envolvidos. Em frente ao Fórum, apoiadores e movimentos de direitos humanos cobraram transparência e anunciaram que acompanharão eventuais recursos do Ministério Público.

As alegações das partes

A defesa do ex‑tenente apresentou a versão de que Henrique reagiu a uma agressão, o que justificaria o disparo em legítima defesa. Perícias e depoimentos, no entanto, trouxeram versões divergentes sobre quem iniciou a confusão que resultou nos tiros.

Já a promotoria sustentou que não havia elementos suficientes para caracterizar legítima defesa plena e que a conduta do réu foi excessiva diante das circunstâncias. Em plenário, promotores destacaram inconsistências em depoimentos favoráveis ao réu e pontuaram a necessidade de responsabilização proporcional.

Fatores processuais que pesaram no julgamento

Fontes judiciais consultadas pelo Noticioso360 indicaram que provas periciais com interpretações conflitantes e a ausência de testemunhas‑chave em alguns momentos influenciaram a avaliação dos jurados.

Especialistas ouvidos pela redação observaram que, em casos com prova indireta, a estratégia de defesa voltada a criar dúvida razoável costuma ser decisiva — sobretudo quando há lacunas na cadeia probatória. “O júri decide com base na convicção formada naquele momento”, explicou um professor de Direito Penal ouvido sob condição de anonimato.

Impactos e desdobramentos previstos

A absolvição no Tribunal do Júri não impede movimentos processuais posteriores. O Ministério Público já anunciou que vai analisar a possibilidade de recursos às instâncias superiores ou outras medidas cabíveis. Além disso, representantes de organizações civis anunciaram intenção de acompanhar procedimentos administrativos e eventuais reavaliações de protocolos de abordagem policial.

Movimentos de direitos humanos e grupos ligados às artes marciais demonstraram preocupação com o precedente. Para parte da opinião pública e para a defesa, a decisão indica que não houve crime; para a família e críticos, a sentença evidencia fragilidades na responsabilização de agentes estatais.

Como a cobertura tratou o caso

A cobertura dos veículos consultados variou entre ênfase na dor da família e análise técnica dos argumentos jurídicos que culminaram na absolvição. O Noticioso360 buscou posicionamentos oficiais: a defesa reafirmou a tese de legítima defesa; o Ministério Público comunicou que avaliará medidas posteriores.

Essa divergência no enfoque reforça o caráter sensível do tema e a necessidade de documentação rigorosa: atas de depoimentos, laudos periciais e registros em vídeo têm papel central para qualquer reabertura ou recurso.

Contexto e memória do caso

O episódio remonta a agosto de 2022, quando Leandro Lo foi atingido por disparos dentro de uma casa noturna em São Paulo. Na instrução, perícias e testemunhos apontaram versões conflitantes sobre a sequência dos fatos. Desde então, o caso alimentou debates sobre letalidade policial, procedimentos em abordagens e a relação entre agentes do Estado e a sociedade.

Organizações da sociedade civil já sinalizaram propostas para revisar protocolos de atuação policial e ampliar a participação de entidades independentes nas apurações que envolvem agentes do Estado.

Próximos passos e observações finais

Familiares de Leandro afirmam que irão acompanhar todo recurso e buscar caminhos jurídicos e administrativos para tentar reverter a decisão. O Ministério Público informou que avalia a apresentação de recurso e outras medidas previstas em lei.

Analistas ouvidos pelo Noticioso360 apontam que o desfecho poderá influenciar debates mais amplos sobre mecanismos de controle sobre a atuação policial e sobre a condução de investigações que envolvam agentes públicos.

Fontes

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Perspectiva: Analistas apontam que o movimento pode ampliar a pressão por mudanças nos protocolos de abordagem e redefinir debates sobre responsabilidade estatal nos próximos meses.

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