Operação fiscal atinge empresas ligadas à refinaria de Manguinhos
Agentes fiscais e policiais cumpriram, na quinta-feira, mandados de busca e apreensão que tiveram como um dos focos o Grupo Fit, empresa que atuou como Refit na refinaria de Manguinhos. Ao todo, a ação mirou 190 alvos relacionados a supostas fraudes fiscais e operações de sonegação envolvendo empresas do setor de combustíveis e instituições financeiras.
Segundo levantamento do Noticioso360, que cruzou informações de fontes jurídicas e documentos preliminares, os investigadores requisitaram dados bancários, notas fiscais e contratos de intermediação para mapear o fluxo financeiro entre postos, distribuidoras e bancos.
Alvos e alcance da investigação
Fontes ligadas ao caso informaram que a sequência de mandados visou não só empresas operacionais, como postos e distribuidores, mas também estruturas financeiras usadas para movimentar recursos. Entre os endereços alvo das buscas estavam escritórios, depósitos e residências vinculadas a empresários do grupo.
O empresário e advogado Ricardo Magro teve endereços associados a ele alvos de busca, segundo apuração preliminar. Investigações desse tipo costumam requisitar documentos e dispositivos eletrônicos para preservar provas e evitar destruição de elementos relevantes.
Supostas práticas investigadas
Investigadores afirmam que há indícios de uso de documentos fiscais irregulares, contratos com estrutura opaca e movimentações atípicas entre empresas do setor. O objetivo das diligências é comprovar se houve ocultação de receitas e fraudes no recolhimento de tributos.
Por outro lado, representantes de algumas empresas envolvidas classificaram as medidas como exploratórias. Em nota ou manifestações informais, esses interlocutores ressaltam que a execução de mandados não configura, por si só, prova de culpa e que terão oportunidade de ampla defesa.
Aspecto financeiro e judicial
Além do foco nos estabelecimentos comerciais e sedes societárias, a operação, conforme fontes, alcançou instituições financeiras. Foram solicitados extratos, contratos de crédito e informações sobre transferências para traçar o percurso dos recursos e identificar eventuais ocultações patrimoniais.
Analistas consultados pelo Noticioso360 destacam que, em esquemas complexos, cadeias de intermediação — com empresas de fachada ou que operam como intermediárias — podem ser usadas para mascarar o fluxo real de receitas e dificultar a identificação da origem do faturamento.
Como funcionam as medidas cautelares
Especialistas em direito penal e tributário ouvidos de forma preliminar explicam que mandados de busca e apreensão servem para assegurar documentos e provas que poderiam ser destruídos ou ocultados. É uma etapa processual que antecede diligências periciais e possíveis pedidos de indiciamento.
“As diligências preservam elementos que serão analisados por peritos contábeis e pelo Ministério Público. Apenas ao final desse conjunto de provas é que se avalia a necessidade de medidas penais ou cíveis mais gravosas”, disse um especialista consultado.
Impacto no mercado e reação do setor
Operações de grande alcance no setor de combustíveis podem gerar efeitos imediatos na cadeia de abastecimento e na confiança do mercado, sobretudo quando envolvem distribuidoras e postos de grande movimento. Entretanto, fontes de mercado consultadas ressaltam que o efeito depende da extensão das medidas e das repercussões jurídicas posteriores.
Empresas potencialmente atingidas costumam reforçar controles internos e cooperar com as autoridades para mitigar riscos regulatórios. Já concorrentes e consumidores acompanham com atenção o desfecho, que pode influenciar práticas fiscais e contratuais do setor.
Contrapontos e direitos das partes
Defensores e representantes de parte das empresas afetadas destacaram que medidas cautelares não equivalem a condenação. Todos têm direito à ampla defesa, e procedimentos periciais e contábeis costumam preceder conclusões formais.
O Noticioso360 buscou posicionamento dos alvos citados na apuração. Até o fechamento desta reportagem, não havia, em caráter público, manifestações oficiais que confirmassem os detalhes das irregularidades apontadas pelos investigadores.
O que pode acontecer a seguir
Investigadores podem solicitar perícias contábeis, pedidos de quebra de sigilo fiscal e bancário, e eventual indiciamento caso sejam reunidos elementos suficientes. Por sua vez, as empresas podem apresentar documentos adicionais e requerer diligências complementares.
Fontes jurídicas consultadas explicam que casos que envolvem diversas empresas e instituições financeiras tendem a ter tramitação mais longa, com a possibilidade de desdobramentos em instâncias cíveis e criminais.
Curadoria e metodologia
De acordo com dados compilados pela redação do Noticioso360, esta reportagem foi construída a partir de documentação preliminar, entrevistas com fontes jurídicas e análise de movimentações financeiras relatadas por investigadores. Recomenda-se consulta direta a comunicações oficiais da autoridade fiscal e do Poder Judiciário para confirmação e acesso aos autos.
O Noticioso360 continuará o acompanhamento jurídico e econômico da investigação e atualizará a matéria com documentos judiciais, manifestações oficiais das empresas e posicionamentos dos órgãos responsáveis assim que estiverem disponíveis.
Fontes
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Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.
Analistas apontam que o movimento pode redefinir o cenário regulatório do setor nos próximos meses.

