Operação da Polícia Federal apura ex-gestores por suposto esquema que pode ter causado R$ 6 bilhões.

Operação da Polícia Federal apura ex-gestores por suposto esquema que pode ter causado R$ 6 bilhões.

Operação atinge ex-presidentes e ex-ministros suspeitos de integrar esquema

A Polícia Federal deflagrou uma operação contra gestores públicos investigados por um suposto esquema de concessão irregular de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As decisões judiciais que autorizaram as medidas foram assinadas pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação, que contou com participação da Controladoria-Geral da União (CGU), aponta para indícios de práticas que envolveriam dados administrativos manipulados, repasses a intermediários e fraudes documentais. As autoridades estimam, de forma preliminar, prejuízos de até R$ 6 bilhões a beneficiários previdenciários.

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em decisões judiciais e pareceres técnicos obtidos, as diligências foram motivadas por padrões repetitivos identificados em auditorias e cruzamentos de bancos de dados administrativos.

Medidas adotadas e alvos da investigação

As ordens autorizadas pelo ministro do STF incluem buscas e apreensões, que visam recolher provas digitais e físicas — planilhas, contratos, registros eletrônicos e comunicações — além de quebras de sigilo bancário e fiscal e pedidos de bloqueio de bens.

Fontes das investigações indicam que estão entre os alvos um ex-presidente do INSS nomeado na gestão atual e um ex-ministro da Previdência de governo anterior. As decisões judiciais sustentam que, em momentos distintos, os investigados teriam contribuído para o funcionamento e a blindagem do mecanismo investigado.

Como funcionaria o suposto esquema

De acordo com as peças da investigação, o mecanismo teria envolvido a criação ou validação de documentos irregulares e a atuação de intermediários para viabilizar a concessão de benefícios sem observância dos requisitos legais.

Auditores consultados apontam que fraudes previdenciárias de grande escala costumam operar em camadas: desde ajustes administrativos e conivência de operadores até a utilização de terceiros para formalizar solicitações e receber os créditos.

Repercussão e posições dos investigados

Aliados dos investigados têm classificado as diligências como desproporcionais e politizadas. Por outro lado, críticos e opositores pedem investigação célere e plena transparência sobre nomes, valores e responsabilidades.

Representantes de alguns investigados afirmaram, em notas, que as medidas cautelares não implicam culpa e que a presunção de inocência deve ser respeitada durante todo o trâmite processual. A reportagem solicitou posições formais e registrará as respostas assim que forem recebidas.

Provas e perícias técnicas

As decisões judiciais destacam a necessidade de perícias técnicas e auditorias detalhadas para distinguir atos administrativos legítimos de práticas ilícitas. A identificação de padrões repetitivos em documentos e movimentações financeiras foi apresentada como justificativa para as buscas.

Especialistas apontam que a confirmação do prejuízo estimado — R$ 6 bilhões — dependerá do alcance das perícias e do período investigado. Trata-se de soma preliminar que poderá ser ajustada conforme novos elementos forem incorporados ao inquérito.

Aspecto processual e competência

O ministro André Mendonça autorizou as medidas por envolver autoridades com prerrogativa de foro. Em procedimentos que atingem agentes com foro especial, o STF atua para autorizar diligências que preservem provas e evitem interferências que possam obstruir a investigação.

Defensores públicos e juristas consultados ressaltam que a tramitação deverá seguir ritos específicos, com possibilidade de recursos e questionamentos sobre competência em instâncias posteriores.

Impacto político e institucional

O caso expõe a sobreposição entre decisões administrativas e eventuais irregularidades, o que tende a transformar a investigação em tema de debate político. Enquanto comunicados oficiais realçam a técnica da apuração, narrativas políticas podem interpretar as ações no contexto de disputas institucionais.

Na prática, o desdobramento mais imediato envolve análise forense dos materiais apreendidos, convocação de testemunhas e, caso confirmadas as suspeitas, indiciamentos por crimes como corrupção, falsificação de documentos e organização criminosa.

Próximas etapas

Entre os procedimentos esperados estão perícias em documentos e sistemas, pedidos de depoimentos, quebras de sigilos e eventual bloqueio de bens vinculados aos investigados. Autoridades também poderão requisitar cooperação internacional caso haja indícios de movimentações no exterior.

O andamento do processo pode levar meses, dependendo do volume de material apreendido e da complexidade das análises contábeis e forenses.

Fontes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima