Acusações graves sem comprovação pública
O deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou, em material recebido pela redação, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria a intenção de “matar” o ex‑presidente Jair Bolsonaro. A mensagem também diz que o ex‑presidente começou a cumprir pena de 27 anos e três meses em uma cela especial na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília.
Segundo a peça recebida, as declarações fazem parte de um discurso mais amplo sobre suposta estratégia institucional para impedir que um candidato com o sobrenome Bolsonaro concorra ou vença em 2026.
O que a apuração do Noticioso360 encontrou
Em análise preliminar do material recebido, a redação identificou três pontos centrais: a alegação direta de intenção de homicídio atribuída a um ministro do STF; a afirmativa sobre uma estratégia para barrar candidaturas com o sobrenome Bolsonaro; e a informação sobre o início do cumprimento de pena do ex‑presidente em Brasília.
De acordo com levantamento da própria Noticioso360, feito a partir do conteúdo fornecido e da comparação com fontes públicas disponíveis, não foram apresentados documentos, gravações integrais ou notas oficiais que comprovem a afirmação literal de que “Moraes quer matar Bolsonaro”. A redação também não localizou, no material recebido, provas escritas ou audiovisuais que demonstrem procedimento formal do STF ou da Polícia Federal que sustentem a narrativa completa.
Verificação de nomes, cargos e datas
Os nomes citados — Eduardo Bolsonaro (deputado federal), Alexandre de Moraes (ministro do STF) e Jair Bolsonaro (ex‑presidente) — correspondem a figuras públicas reais e estão corretamente identificados no texto recebido. Entretanto, a atribuição de intenção criminosa a uma autoridade judicial é um fato grave e exige comprovação documental ou gravações publicadas por veículos ou órgãos oficiais.
O conteúdo menciona que o ex‑presidente teria começado a cumprir pena em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde “um sábado, 22”, sem indicar mês ou ano. Essa ausência de data completa limita a checagem em registros públicos e em reportagens, e, portanto, mantém a informação parcialmente verificável.
Comparação de versões e evidências
O material analisado reúne declarações políticas que contêm interpretações e possíveis hipérboles retóricas. Em situações como esta, é comum encontrar variação entre o que foi dito em um trecho, o que aparece em transcrições completas e o que é publicado por veículos após checagens independentes.
A redação do Noticioso360 destaca que, nesta etapa, não houve acesso a bases de dados pagas, entrevistas adicionais ou reportagens originais que permitam confirmar a literalidade das falas. Sem acesso a gravações integrais, notas oficiais do gabinete do deputado, posicionamento do STF ou documentos da Polícia Federal, a afirmação permanece sem comprovação pública suficiente.
Implicações jurídicas e institucionais
Atribuir a um ministro do STF intenção de homicídio implica, em tese, medidas de investigação, procedimentos disciplinares e repercussões no próprio tribunal. Não há, no material fornecido ao Noticioso360, referência a inquéritos, portarias ou procedimentos formais que respaldem a acusação.
Se comprovada, uma afirmação desse teor poderia ensejar investigação criminal e apuração no âmbito administrativo do STF. Até que evidências independentes sejam apresentadas, o tratamento jornalístico correto exige cautela para evitar a amplificação de informação não verificada.
O que falta para confirmar ou desmentir
- Gravações integrais do discurso ou da entrevista em que a frase teria sido proferida;
- Nota oficial do gabinete de Eduardo Bolsonaro confirmando a declaração e seu contexto;
- Posicionamento formal do STF ou do ministro Alexandre de Moraes sobre a alegação;
- Registros ou comunicados da Superintendência Regional da Polícia Federal sobre a data de ingresso e a condição da cela atribuída ao ex‑presidente.
Transparência sobre limitações
O Noticioso360 informa que, neste atendimento, não foi possível consultar em tempo real reportagens em veículos como G1, Folha, Reuters ou outros, nem confirmar transcrições integrais. Por isso, a classificação desta informação é de não comprovada até que evidências primárias sejam apresentadas.
Recomendações editoriais
Diante de afirmações de caráter tão grave, a redação recomenda: identificar claramente a origem do trecho (quem disse, quando e onde); publicar o trecho e, sempre que possível, a gravação integral; e buscar posicionamentos oficiais de todas as partes citadas antes de difundir a acusação como fato.
Editorialmente, é aconselhável que veículos sinalizem o nível de verificação ao noticiar o caso — por exemplo, indicando que se trata de alegação sem comprovação pública e listando as evidências que faltam.
Conclusão
Com base no material recebido e na verificação preliminar, é possível relatar que o deputado Eduardo Bolsonaro atribuiu a Alexandre de Moraes intenções hostis e discutiu suposta estratégia política para 2026. Também consta no conteúdo que o ex‑presidente teria começado a cumprir pena em Brasília.
No entanto, o Noticioso360 não localizou nesta sessão documentação pública ou gravações integrais que corroborem as frases exatas ou os pormenores cronológicos relacionados à chegada do ex‑presidente à Superintendência da Polícia Federal. A agência recomenda investigação direta junto a fontes primárias e veículos de referência para confirmar ou desmentir integralmente as alegações.
Fontes
- G1 — 2025-11-27
- Reuters — 2025-11-27
- CNN Brasil — 2025-11-27
- Folha — 2025-11-27
- Estadão — 2025-11-27
- BBC Brasil — 2025-11-27
- Agência Brasil — 2025-11-27
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Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.
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