CPMI do INSS apreende celular ligado a R$ 700 milhões

CPMI do INSS apreende celular ligado a R$ 700 milhões

Depoimento termina com apreensão de aparelho

Na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS realizada em 10 de novembro de 2025, parlamentares aprovaram o requerimento para apreensão do telefone celular do empresário Igor Dias Delecrode. O pedido foi formalizado ao fim do depoimento do investigado e tem por objetivo preservar possíveis elementos probatórios.

Segundo relatos oficiais, a medida foi tomada diante da avaliação de que o aparelho poderia conter mensagens, documentos ou registros de transações relacionados à associação apontada nas investigações. Relatos publicados no dia do fato pelos veículos citados indicam que a apreensão ocorreu na própria sala da comissão, com a presença de técnicos e de representantes legais do depoente (Reuters; G1; Poder360).

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em dados da Reuters, G1 e Poder360, a diligência configura-se como etapa de coleta probatória que pode gerar desdobramentos judiciais, caso os peritos identifiquem indícios de crime.

O que motivou a apreensão

O principal motivo alegado pelos membros da CPMI foi a necessidade de cruzar informações extraídas do aparelho com dados bancários e declarações obtidas em investigações paralelas. A estimativa citada pela comissão — de cerca de R$ 700 milhões — refere-se a volumes atribuídos à associação investigada em análises preliminares.

Fontes próximas ao processo explicam que o número resulta de um cruzamento inicial de extratos, transferências e depoimentos, e que ainda pode ser ajustado após perícia técnica. Alguns veículos tratam o montante como estimativa aberta; outros o mencionam como soma já indicada em medidas cautelares anteriores.

Posição do investigado

No depoimento, Delecrode negou as acusações de irregularidade e afirmou colaborar com a investigação. Ainda assim, membros da comissão entenderam que o acesso ao celular é necessário para obter elementos independentes que possam confirmar ou refutar versões apresentadas.

Defensores do empresário destacaram que a apreensão deve respeitar garantias processuais e que o conteúdo do aparelho só poderá ser utilizado mediante as autorizações judiciais cabíveis. Advogados consultados alertaram também para a necessidade de observância da cadeia de custódia para evitar nulidade de provas.

Perícia e cadeia de custódia

A previsão é que o aparelho seja encaminhado a uma equipe de peritos — possivelmente ligados à Polícia Federal ou a um laboratório forense contratado — para extração e preservação dos dados. A perícia terá papel central para determinar se há mensagens, documentos ou registros que possam ser correlacionados com transferências bancárias e identidades de beneficiários ou operadores financeiros.

Especialistas ouvidos indicam que a análise técnica deve seguir protocolos rígidos de preservação de integridade, com documentação da cadeia de custódia e eventual lacração para garantir validade probatória. Caso sejam identificados indícios de crime, o material pode subsidiar pedidos de buscas, bloqueios e ações judiciais.

Riscos processuais

Por outro lado, defensores chamam atenção para riscos procedimentais: comunicações protegidas por sigilo, como correspondência privada ou dados cobertos por segredo profissional, podem demandar autorização judicial específica. Falhas na custódia ou na obtenção de autorizações podem resultar em impugnação das provas.

Repercussões políticas e institucionais

Politicamente, a apreensão tende a intensificar debates sobre a gestão de benefícios do INSS e sobre a eventual responsabilidade de agentes públicos ou privados envolvidos. Parlamentares e integrantes da comissão têm usado a diligência como argumento em discussões sobre transparência e medidas de controle interno.

Além disso, a divulgação do episódio poderá influenciar a agenda do próprio parlamento e motivar pedidos de investigação complementar por órgãos como o Ministério Público e a Polícia Federal, caso os elementos coletados indiquem indícios de crime.

Como a apuração foi feita

A redação do Noticioso360 cruzou documentos da sessão da CPMI com reportagens publicadas em 10 de novembro de 2025 por Reuters, G1 e Poder360, buscando identificar convergências e lacunas nas versões divulgadas. Ficou claro que, enquanto a maioria das fontes confirma a apreensão e o valor estimado, há variações sobre o período e a forma de cálculo do montante.

Essa curadoria editorial procurou separar informação verificada de conjectura, destacando pontos que dependem de checagem pericial posterior, como a efetiva correlação entre registros no aparelho e movimentações bancárias.

Próximos passos da investigação

O aparelho seguirá para perícia e, conforme o resultado técnico, a CPMI e órgãos de investigação poderão adotar medidas distintas: desde o envio de relatórios para órgãos de controle até a solicitação de medidas judiciais, como quebras de sigilo ou buscas complementares.

Se a perícia localizar evidências de transações ou documentos que apontem para operadores financeiros ou beneficiários, é provável que a investigação avance para novas fases, com pedidos de cooperação internacional em caso de recursos movimentados no exterior.

Projeção

Analistas consultados indicam que a etapa de perícia será determinante para definir se a investigação se manterá no âmbito parlamentar ou se terá desdobramentos judiciais mais amplos. A confirmação de indícios poderá acelerar diligências e provocar repercussões na agenda política nacional.

Analistas apontam que o movimento pode redefinir o cenário político nos próximos meses.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima