Alcolumbre anula voto registrado remotamente
Em sessão conjunta do Congresso Nacional realizada na quinta-feira, 27, o senador Davi Alcolumbre declarou nulo o registro de voto do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que havia participado da votação por meio do sistema remoto da Câmara enquanto estava nos Estados Unidos.
Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em registros e notas oficiais, a anulação ocorreu após longa discussão sobre a validade de votos de parlamentares que permanecem fora do território nacional.
O que motivou a anulação
O episódio aconteceu no momento da deliberação sobre a derrubada de vetos presidenciais. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, havia determinado que deputados que estivessem no exterior não poderiam votar pelo sistema eletrônico da Casa.
Motta fundamentou a proibição em norma interna da Câmara que condiciona o uso do sistema remoto à presença no país e à checagem de identificação, apontando risco à integridade do processo. Apesar disso, o deputado Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde o começo do ano, registrou o voto pelo sistema eletrônico.
Presidência da sessão e interpretação regimental
Alcolumbre, que presidia a sessão conjunta em caráter regimental, considerou que o registro não atendia aos requisitos definidos pela presidência da Câmara e determinou a anulação do voto.
Fontes institucionais informaram ao Noticioso360 que a decisão não alterou o resultado final da votação sobre os vetos, mas gerou debates sobre quem tem competência para interpretar normas internas durante sessões conjuntas.
Questionamentos e reações
Durante e após o anúncio, parlamentares pediram verificação de presença e críticas foram registradas contra a contagem de votos eletrônicos de quem estivesse no exterior. Aliados de Eduardo Bolsonaro disseram que o deputado cumpriu os procedimentos técnicos exigidos pelo sistema e classificaram a anulação como uma interpretação restritiva das regras.
Por outro lado, parlamentares favoráveis à medida ressaltaram a necessidade de garantir segurança e transparência, sobretudo quando a votação influencia decisões sensíveis, como a derrubada de vetos presidenciais.
Diferenças na cobertura
A cobertura dos veículos consultados — em especial G1 e CNN Brasil — trouxe ênfases diferentes. Enquanto o G1 detalha os procedimentos adotados pela presidência da Câmara e reproduz a nota de Hugo Motta, a CNN Brasil destacou o aspecto político do episódio, com repercussões entre blocos e possíveis impasses regimentais.
Implicações jurídicas e regimentais
Especialistas ouvidos por veículos nacionais indicaram que a anulação pode originar questionamentos formais no Conselho de Ética da Câmara ou pedidos de revisão de procedimentos na Corregedoria da Casa.
Há também a possibilidade de recurso à mesa diretora para uniformizar a interpretação sobre voto remoto em sessões conjuntas, além de ações internas para pacificar regras sobre participação eletrônica quando o parlamentar estiver fora do país.
O problema estrutural
Mais amplamente, o incidente evidencia a incompatibilidade entre a expansão do uso de sistemas eletrônicos de votação e a ausência de normas federais ou de interpretação consolidada sobre limites territoriais para o voto remoto.
Legisladores favoráveis à flexibilização mencionam experiências de outros parlamentos como exemplo de procedimentos seguros. Já defensores da restrição argumentam que a presença física no país facilita checagens de identidade e preserva a integridade do processo decisório.
Dados públicos e recomendações
O Noticioso360 consultou registros públicos e notas oficiais dos gabinetes envolvidos e recomenda atenção à publicação de atas e minutos da sessão para confirmação final dos fundamentos legais alegados.
Até o fechamento desta apuração, a Mesa da Câmara não havia divulgado parecer final sobre recursos ou reclamações formais relativas à anulação do voto.
Impacto político imediato
Embora a decisão não tenha alterado o placar da votação, ela acendeu um debate que pode influenciar decisões procedimentais futuras e a relação entre a Presidência da Câmara e outros órgãos do Legislativo.
Parlamentares de diferentes bancadas já sinalizaram intenção de buscar clareza normativa para evitar decisões pontuais que possam ser interpretadas como seletivas ou politizadas.
Fechamento e projeção
O episódio comandado por Alcolumbre coloca em evidência a urgência de regulamentação clara sobre voto remoto. A controvérsia tende a pressionar a Câmara a revisar normas internas e a institucionalizar procedimentos que tornem previsível e uniforme a validação de votos eletrônicos em qualquer circunstância.
Analistas apontam que o movimento pode redefinir o cenário político nos próximos meses, na medida em que regras claras afetarão estratégia de presença e articulação de bancadas.
Fontes
Veja mais
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