Viúva contesta versão da PM sobre morte na Pavuna

Viúva contesta versão da PM sobre morte na Pavuna

Confronto na Pavuna deixa um morto e gera versões divergentes

Um homem identificado como Andrew Andrade, de 30 anos, foi morto com um tiro de fuzil na cabeça na Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro, durante uma ação da Polícia Militar. O caso aconteceu em via residencial e provocou reação imediata de moradores e familiares, que questionam a versão oficial sobre o que motivou o disparo.

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em checagens preliminares junto a G1 e CNN Brasil, há inconsistências entre o relato da corporação e relatos de testemunhas sobre a dinâmica da ocorrência.

Versão da Polícia Militar

Em nota, a Polícia Militar informou que equipes faziam patrulhamento quando foram alvejadas por disparos vindos de ocupantes de três motocicletas. Ainda conforme a corporação, na sequência os agentes teriam dado ordem de parada a um automóvel que, segundo a PM, avançou sobre a equipe, o que teria provocado nova troca de tiros.

A nota oficial declara que um dos ocupantes do carro foi atingido e morreu no local, e que foram apreendidas armas na cena. A PM justifica o uso da força com base no risco às equipes durante a ação.

Versão da família e de testemunhas

Por outro lado, familiares e amigos de Andrew contestam a narrativa policial. A esposa afirmou que ele trabalhava como motorista e não fazia parte de grupo criminoso. Testemunhas ouvidas no local disseram que o veículo estava com o som alto e que o condutor pode não ter escutado a ordem para encostar.

Moradores relataram ainda que a vítima não estava armada e que saiu de casa para buscar algo próximo quando foi atingida. Algumas pessoas disseram ter ouvido apenas um disparo; outras falaram em múltiplos tiros — um ponto de divergência citado por vizinhos e que a perícia deverá esclarecer.

Identidade e antecedentes

A identificação de Andrew Andrade do Amor Divino foi confirmada por pessoas próximas e por documentação fotográfica obtida no local. A reportagem não encontrou, em checagem preliminar em bases públicas e relatos de vizinhos, registros públicos que liguem a vítima a organização criminosa.

O que a perícia e as imagens podem esclarecer

A cena foi periciada pela Polícia Civil, segundo boletim inicial, mas até o momento não foram divulgados laudos de balística que identifiquem a arma utilizada nem imagens integradas do incidente. Familiares e advogados pedem acesso a vídeos de câmeras de segurança próximas, imagens de viaturas e eventuais dados de câmeras pessoais dos agentes.

Peritos no local registraram indícios de uso de armamento de maior calibre, como fuzil, conforme depoimentos de moradores e sinais constatados durante a avaliação técnica inicial. No entanto, apenas exames laboratoriais e perícias balísticas poderão confirmar a munição e a arma que atingiram a vítima.

Inconsistências e pontos a esclarecer

  • Sequência de disparos: testemunhas divergem sobre o número de tiros escutados.
  • Comando de parada: não há, até agora, prova pública (vídeo ou áudio) que mostre claramente o momento em que a ordem foi dada e se foi possível que o condutor a escutasse.
  • Posição do veículo: a PM afirma que o carro avançou sobre agentes; moradores sustentam que o automóvel estava parado ou trafegando lentamente.
  • Registro de armas: a corporação relatou apreensão de armas na cena; a identidade das armas e a relação com a vítima ainda não foram tornadas públicas em laudos.

Implicações legais

A diferença entre as versões é central para a responsabilização. Se ficar comprovado que houve legítima defesa diante de risco iminente, o uso da força pode ser enquadrado dentro dos parâmetros legais. Por outro lado, se o veículo não representou ameaça direta e a vítima foi atingida sem tempo para identificação, existirão elementos para investigar excesso policial e responsabilização criminal dos agentes envolvidos.

Ações tomadas e pedidos da família

O Noticioso360 procurou a assessoria da Polícia Militar e aguarda posicionamento formal com detalhes sobre o número de tiros disparados pela corporação, a identificação dos agentes e informações sobre apreensões no local.

Familiares indicaram que vão requerer acesso às imagens de câmeras próximas e solicitaram a abertura de investigação independente. Eles também preparam manifestação na comunidade para pedir justiça e transparência na apuração.

Próximas etapas da investigação

Os próximos passos incluem a divulgação de laudos periciais e exames de balística, a análise de imagens de circuito interno e externas, e eventual solicitação de medidas por parte do Ministério Público ou da Defensoria Pública para acompanhar o inquérito.

É plausível que as autoridades requisitem também dados de telemetria de viaturas e eventuais registros de comunicação entre equipes no momento da ação. Esses elementos serão determinantes para reconstruir a dinâmica e avaliar a proporcionalidade do uso da força.

Impacto local e reações

O caso mobilizou moradores da Pavuna, que organizaram protestos por esclarecimento dos fatos. Líderes comunitários pedem transparência e rapidez nas investigações, citando um histórico de tensão entre a população local e operações policiais.

Advogados consultados pela reportagem destacam que episódios como este reforçam a demanda por protocolos claros de uso progressivo da força e por mecanismos independentes de fiscalização.

Projeção e contexto

Enquanto a apuração avança, a família e a comunidade esperam respostas concretas sobre o que de fato ocorreu naquela noite. A combinação entre laudos periciais e imagens poderá ser decisiva para confirmar qual versão dos fatos se sustenta.

Analistas apontam que desdobramentos do caso podem influenciar debates sobre práticas policiais e estratégias de segurança pública na cidade, sobretudo se as investigações apontarem para excessos ou falhas de procedimento.

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Fontes

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Perspectiva: Especialistas indicam que casos envolvendo uso de força policial podem intensificar debates sobre responsabilização e políticas de segurança nos próximos meses.

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