Galípolo: desinflação avança, inflação ainda fora da meta

Galípolo: desinflação avança, inflação ainda fora da meta

Brasília — O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira, 23 de outubro de 2025, que o Brasil já vive um “processo de desinflação acentuado”, mas destacou que as expectativas de inflação ainda permanecem fora do intervalo estabelecido pelo sistema de metas.

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em informações divulgadas pela Reuters e pela Agência Brasil, Galípolo condicionou a consolidação dessa trajetória à manutenção de uma postura de política monetária restritiva até que haja sinal claro de convergência das expectativas ao centro da meta.

Leitura dos dados e sinais recentes

Em discurso público, o presidente do BC citou séries mensais que mostram desaceleração nos índices de preços e recuo em componentes voláteis, como alimentos e energia. “Estamos observando um processo de desinflação acentuado”, disse Galípolo, sublinhando que a leitura de curto prazo ainda pode sofrer ruídos estatísticos.

Além disso, os núcleos de inflação — que excluem itens mais voláteis — apontam acomodação, segundo documentos e projeções compiladas pelo Banco Central. Esses movimentos, no entanto, não garantem retorno automático ao centro da meta, na avaliação da autoridade.

Por que os juros seguem restritivos

O argumento técnico do BC é consistente: enquanto expectativas e sinais de ancoragem não estiverem firmes, a taxa básica de juros precisa manter um nível que contenha potenciais pressões inflacionárias.

Galípolo frisou que decisões recentes do Comitê de Política Monetária (Copom) têm como objetivo preservar a credibilidade da autoridade monetária e evitar surpresas que possam demandar ajustes mais duros no futuro.

Riscos que podem alterar a trajetória

Analistas e membros do BC destacam que choques externos, reprecificação de tarifas administradas e variações cambiais podem alterar o ritmo da desinflação. Por isso, disciplina fiscal e vigilância sobre as expectativas são citadas como condições necessárias para a consolidação do processo.

Em relatório e entrevistas à imprensa, economistas lembram também que uma manutenção prolongada de juros elevados tem custo: pode frear investimentos e desacelerar a recuperação do consumo.

Reações do mercado e projeções

Revisões recentes indicam que agentes privados reduziram projeções de inflação para os próximos trimestres, ainda que as leituras de curto prazo permaneçam suscetíveis a ruídos. O Banco Central monitora atentamente essas projeções como parte da sua estratégia de comunicação e decisão de política.

No mercado de títulos e câmbio, a sinalização do BC contribuiu para reduzir parte da volatilidade, mas operadores mantêm atenção às próximas divulgações de dados econômicos, em especial inflação ao consumidor e indicadores do mercado de trabalho.

Comunicação e credibilidade

Para analistas, a comunicação do BC será decisiva: clareza sobre condições para cortes de juros e o cronograma de avaliação dos dados ajuda a ancorar expectativas. A autoridade tem reforçado que qualquer mudança na postura dependerá de leituras consistentes que confirmem a trajetória de desinflação.

Por outro lado, agentes do setor privado igualmente pedem previsibilidade para planejar investimentos, ressaltando que o eventual excesso de cautela pode ter efeitos colaterais no ritmo de recuperação econômica.

Metodologia e contexto da apuração

Esta matéria foi construída a partir de declarações oficiais divulgadas em 23/10/2025 e do cruzamento de informações pelas equipes de reportagem. A apuração do Noticioso360 confirmou nomes, datas e trechos citados por agências e publicações especializadas.

Limitações: não foram obtidos novos dados internos do Banco Central; o texto sintetiza posicionamentos públicos e projeções disponíveis até o momento da verificação.

Perspectiva

No horizonte mais próximo, o Banco Central seguirá avaliando dados de inflação, comportamento das expectativas e sinais do mercado de trabalho para calibrar a política monetária. Caso a trajetória de desinflação se mantenha, o cenário abrirá espaço para debates sobre redução gradual do patamar de juros, mas somente após confirmação técnica.

Analistas apontam que o movimento pode influenciar decisões de investimento e o ritmo do crescimento nos próximos trimestres.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

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