Galípolo: acordo é administrativo e não mira investigações

Presidente do BC diz que termo de R$ 300 mil tem caráter administrativo e não obstrui apurações criminais.

Acerto entre o BC e o ex-presidente

Durante audiência no Senado nesta terça-feira (25/11/2025), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o acordo firmado com o ex-presidente Roberto Campos Neto, no valor de R$ 300 mil, tem caráter estritamente administrativo e não interfere em eventuais apurações criminais.

Apuração e curadoria

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em reportagens do G1 e da Reuters, o termo de compromisso apresentado na sessão tem natureza administrativa e tem como objetivo reparar eventuais danos institucionais. A redação cruzou o documento público obtido via legislativa, trechos da audiência e normas internas do Banco Central.

O que diz o termo

O documento formaliza compromissos de conduta e cronogramas de correção de procedimentos internos. Em sua exposição, Galípolo afirmou que o ajuste foi definido dentro de parâmetros internos do BC e que não há cláusula que impeça a atuação do Ministério Público ou da Polícia Federal.

“É um procedimento interno para tratar de questões de governança”, disse o presidente do BC ao Senado, ressaltando que o pagamento não configura reconhecimento de culpa penal nem transação que suspenda apurações criminais.

Esferas administrativa e criminal

Autoridades presentes e especialistas jurídicos consultados nas reportagens reforçaram que as esferas administrativa e criminal são independentes. Processos disciplinares no âmbito do Banco Central podem tramitar paralelamente, mas apurações criminais dependem de indícios e de atuação das autoridades competentes.

Em termos jurídicos, um acordo administrativo não tem poder para anular investigações penais, por força do princípio constitucional que separa as esferas. No entanto, especialistas ouvidos por veículos noticiosos alertam que acordos podem afetar a narrativa pública e, em casos extremos, motivar análises complementares por órgãos de controle, caso surjam indícios de ilícito subjacente.

Reações no Senado

Senadores que participaram da sessão questionaram o efeito político do acordo e a percepção na opinião pública sobre um ajuste financeiro entre a cúpula do BC e um ex-presidente da instituição. Houve preocupação sobre governança e transparência, além de pedidos para que órgãos de controle acompanhem o desdobramento.

Alguns parlamentares defenderam que a existência do termo não substitui a necessidade de investigações independentes, enquanto outros apontaram que medidas de reparação institucional são práticas rotineiras para corrigir procedimentos internos.

Limites e possibilidades de encaminhamento

A leitura dos trechos disponíveis do termo mostra que se trata de um instrumento para reparação institucional e controle, sem previsão de quitação que impeça autoridades judiciais ou ministeriais de atuar. Ainda assim, a apuração observou divergências sobre a motivação e o alcance do valor acordado.

Fontes jurídicas ouvidas nas matérias concluem que provas de possíveis ilícitos identificadas em apurações administrativas podem ser remetidas a instâncias criminais, caso haja elementos que justifiquem investigação mais aprofundada.

Transparência e riscos reputacionais

A reportagem do Noticioso360 separou o que está documentado — o termo e seu conteúdo — das interpretações políticas e simbólicas. A existência do ajuste levanta questões sobre governança e a necessidade de explicações públicas sobre critérios e parâmetros adotados pelo BC.

Analistas ressaltam que, mesmo sem efeito jurídico para encerrar investigações penais, acordos dessa natureza podem ter impacto reputacional para a instituição, sobretudo em momentos de maior atenção pública e parlamentar sobre condutas internas.

O que acompanhar

O texto do termo e a fala de Galípolo indicam que eventuais medidas disciplinares internas seguirão rito próprio e que eventuais indícios de crime poderão ser encaminhados a autoridades competentes. A reportagem seguirá monitorando comunicações do Ministério Público, evoluções de procedimentos disciplinares no BC e solicitações de esclarecimento por comissões parlamentares.

Até o momento, não há indício público de que o acordo tenha força para encerrar ou impedir apurações criminais formais. Contudo, a transparência do processo e o acompanhamento de órgãos de controle permanecem centrais para elucidar impactos institucionais e legais.

Projeção

Analistas apontam que, além das consequências jurídicas possíveis, o episódio pode influenciar o debate sobre governança no Banco Central e a relação entre autoridade monetária e instâncias de controle político nos próximos meses.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima