13º salário: oportunidade para diversificar investimentos

Primeira parcela paga até 28/11; R$369,4 bilhões podem reduzir dívidas e aumentar investimentos.

13º salário abre janela para reorganização financeira

A primeira parcela do 13º salário foi paga até sexta-feira, 28 de novembro de 2025, marcando o início do período em que milhões de trabalhadores recebem uma renda extra no final do ano. Segundo levantamento do Dieese, o benefício tem potencial para injetar cerca de R$ 369,4 bilhões na economia em 2025.

O volume tende a influenciar tanto o consumo quanto a capacidade de poupança das famílias. A apuração mostra que grande parte das famílias vê o 13º como oportunidade imediata para despesas extraordinárias, como contas acumuladas, quitação de parcelas e compras de fim de ano.

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em dados do Dieese e reportagens do G1 e da Agência Brasil, há três caminhos práticos que resumem as recomendações de especialistas financeiros: priorizar dívidas caras, construir reserva de emergência e destinar uma parcela para investimentos diversificados.

Prioridade 1: reduzir dívidas de juros altos

Especialistas consultados por consultorias financeiras ouvidos pela reportagem ressaltam que a prioridade inicial deve ser a quitação de dívidas com juros elevados. Cartões de crédito no rotativo e empréstimos consignados com taxas elevadas comprometem o orçamento se não forem tratados à parte.

Uma regra prática citada por assessores é destinar ao menos 30% do 13º para abater saldos que cobram juros altos. Essa manobra ajuda a reduzir o custo financeiro no curto prazo e libera margem de consumo no futuro sem sacrificar a saúde financeira.

Prioridade 2: construir ou reforçar a reserva de emergência

Além da redução de dívidas, especialistas recomendam reservar entre 15% e 30% do valor para uma reserva de emergência ou aplicações de baixa volatilidade. Produtos como poupança (quando vantajosa), Tesouro Direto Selic e CDBs com liquidez costumam ser indicados para manter acesso a caixa sem assumir risco elevado.

Para trabalhadores sem histórico de poupança, mesmo parcelas pequenas podem constituir o início de uma reserva que cubra três meses de despesas, reduzindo a necessidade de recorrer a crédito caro em casos de imprevisto.

Prioridade 3: diversificar investimentos com horizonte

Para quem já tem reserva formada, a sugestão é considerar aportes em investimentos de maior risco apenas com horizonte de médio a longo prazo. Fundos de ações, previdência privada com custo adequado e aportes regulares em carteiras diversificadas podem aumentar a rentabilidade no tempo.

Assessores financeiros ouvidos pela apuração alertam para a importância de avaliar custos e liquidez. Produtos oferecidos por fintechs, como planos de investimento com aportes automáticos, podem ser uma porta de entrada atraente, mas não substituem uma análise do perfil e das taxas cobradas.

Produtos citados pela redação

Entre as opções mais citadas estão: Tesouro Direto (títulos públicos indexados ao Selic ou inflação), CDBs com liquidez diária, fundos multimercado com taxa compatível, e contribuições extraordinárias à previdência privada para quem pensa em longo prazo.

Riscos e contexto econômico

Apesar das possibilidades, há riscos. A inflação ainda pressiona o poder de compra, e aplicações de rendimento baixo podem não superar a perda real. Além disso, o ciclo de promoções do varejo nesta época do ano tende a incentivar o consumo, o que reduz a parcela destinada a investimentos.

Em regiões com acesso limitado a serviços financeiros, a recomendação mais prudente é priorizar a quitação de dívidas com juros altos antes de alocar recursos em ativos mais arriscados. A educação financeira local influencia diretamente essas escolhas.

Ofertas do mercado e comportamento do consumidor

Instituições financeiras e fintechs têm lançado ofertas específicas para o 13º, desde produtos para quitação de dívidas até planos de investimento digital com aportes automáticos. Essas promoções influenciam decisões, sobretudo entre consumidores com menor familiaridade com produtos financeiros.

Por outro lado, dados de pesquisas citadas por veículos jornalísticos apontam que uma parcela expressiva do 13º ainda é destinada ao consumo imediato. A preferência por aproveitar promoções sazonais e a pressão por presentes e viagens de fim de ano explicam parte desse movimento.

Orientações práticas da apuração

A apuração cruzada do Noticioso360 indica três orientações práticas e ajustáveis ao perfil individual: 1) destinar ao menos 30% à quitação de dívidas de juros altos; 2) aplicar entre 15% e 30% em reserva de emergência ou títulos de baixa volatilidade; 3) considerar aportes extras em investimentos de maior risco somente com reserva constituída e horizonte de médio a longo prazo.

Essas faixas são orientativas. Quem tem renda variável ou despesa fixas elevadas deve adaptar as porcentagens à sua realidade financeira.

O papel de consultores e ferramentas digitais

Buscar orientação de consultores financeiros credenciados ou usar simuladores e ferramentas digitais pode ajudar a tomar decisões mais informadas. O aconselhamento é especialmente útil para quem pensa em produtos complexos, como fundos com gestão ativa ou previdência privada com carência.

Para consumidores com pouco tempo, automatizar aportes mensais ou programar um depósito em conta específica pode transformar uma bolada de 13º em disciplina financeira ao longo do ano.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Analistas apontam que o movimento de uso do 13º pode redefinir padrões de consumo e poupança nos próximos meses.

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