Decisão de Anitta e elogio institucional
A secretária de Cultura de Natal e presidente da Fundação Capitania das Artes (Funcarte), Iracy Azevedo, disse ter elogiado a cantora Anitta após a artista recusar participar de uma apresentação cujo pagamento poderia envolver recursos públicos destinados ao Carnatal, em Natal (RN).
Segundo a apuração, a negociação teria ocorrido nas semanas que antecederam o evento e foi sinalizada publicamente por interações em redes sociais e relatos de bastidores. A presença de Anitta chegou a ser discutida com produtores, que teriam recebido uma proposta financeira. No entanto, a cantora teria optado por não seguir com a apresentação ao identificar que parte do cachê poderia ser coberta por verba pública.
Curadoria da redação
De acordo com a curadoria da redação do Noticioso360, que cruzou relatos públicos, comunicações informais e consultas a canais institucionais, há versões divergentes sobre a origem dos recursos destinados ao possível pagamento.
O que se sabe até agora
É possível confirmar, com base em registros públicos e contexto institucional, que o Carnatal é realizado em Natal e que a Funcarte é vinculada à gestão cultural da prefeitura municipal. Entretanto, não foi localizado até o fechamento desta apuração um contrato, termo de colaboração ou nota oficial detalhando valores ou a origem exata dos recursos relacionados à participação da artista.
Representantes do evento e produtores com experiência em edições anteriores indicaram informalmente que financiamento de grandes shows costuma combinar patrocínios privados, cotas comerciais e, eventualmente, apoios institucionais. Essas fontes ressaltaram que, quando há participação de verba pública, ela costuma ser registrada em prestações de contas da prefeitura ou da fundação responsável — documentos que não foram disponibilizados ao Noticioso360 até o momento.
Versões conflitantes
Algumas narrativas enfatizam que a totalidade do cachê teria sido bancada por patrocinadores privados. Outras, contudo, afirmam que uma parte do valor viria de recursos públicos municipais. Essa divergência é central para entender tanto a motivação da recusa da artista quanto a eventual necessidade de prestação de contas por parte do poder público.
Fontes próximas à produção da cantora relataram que houve contato sobre uma proposta, mas não detalharam contrapartidas contratuais nem valores. A assessoria da artista foi procurada para manifestar-se oficialmente sobre os critérios que motivaram a decisão, sem resposta formal acessível até o fechamento desta reportagem.
Transparência e exigências legais
Se confirmado o uso de recursos públicos, a legislação brasileira exige registros formais, processos de contratação compatíveis com as normas de licitação e divulgação das despesas e receitas em portais de transparência. O Noticioso360 solicitou formalmente esclarecimentos à Prefeitura do Natal, à Funcarte e aos organizadores do evento, recomendando a publicação de contratos, termos de parceria e comprovantes de pagamento.
Até o momento, os pedidos de informação enviados pela redação não retornaram com documentos que comprovem a origem dos pagamentos ou a existência de termos de colaboração assinados. A ausência desses registros impede a verificação completa das responsabilidades e do enquadramento legal da contratação.
O posicionamento público de Iracy Azevedo
Informações disponíveis em redes e comunicações institucionais indicam que Iracy Azevedo teria declarado publicamente que valorizou a decisão de Anitta, avaliando a postura da artista como coerente perante o debate sobre o uso de recursos públicos para grandes shows. Procuramos uma nota oficial da Secretaria de Cultura de Natal e da Funcarte para confirmar o teor exato da declaração, sem a localização de um documento formal nos canais institucionais até o encerramento da apuração.
Essa valorização pública, quando registrada em ambiente institucional, carrega peso simbólico na discussão sobre prioridades orçamentárias, transparência e imagem da gestão cultural municipal.
O que falta comprovar
Para esclarecer a questão com precisão, são necessários documentos que não foram apresentados: contratos, termos de parceria, notas de empenho e ordens de pagamento relacionadas ao Carnatal e à eventual contratação da artista. Assim, não é possível afirmar com certeza quem arcaría com parte ou com a totalidade do cachê.
A redação recomenda, como próximos passos investigativos, a obtenção desses documentos por meio de pedidos formais de acesso à informação, análise das prestações de contas da prefeitura e da Funcarte, e eventual manifestação oficial da assessoria da artista sobre os critérios que motivaram a recusa.
Implicações e responsabilidades
Se comprovada a participação de recursos públicos na contratação, caberá verificar o cumprimento das normas de licitação, a correta formalização do instrumento jurídico e a transparência no uso do dinheiro público. A responsabilidade administrativa e, em casos extremos, a investigação de irregularidades, dependem da documentação que ainda não foi localizada.
Por outro lado, decisões de artistas em não aceitar condições que envolvam verba pública têm impacto simbólico e prático. Elas alimentam debates públicos sobre prioridades, edições de festivais e a responsabilidade de gestores na prestação de contas.
Fontes
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Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

