Governo amplia função do exame
O Ministério da Educação informou em coletiva após a aplicação do Enem 2025, no domingo (16), que o exame passará a ter a função explícita de avaliar a conclusão da educação básica a partir de 2026. Segundo o ministro Camilo Santana, a medida não muda de imediato as formas de ingresso ao ensino superior, mas reforça a dimensão avaliativa do Enem.
A apuração do Noticioso360 confirma que a proposta prevê ajustes no formato das provas e na metodologia de correção para verificar se estudantes concluíram as etapas previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O anúncio acompanha um cronograma de estudos sobre o tema, que inclui também uma análise sobre a possibilidade de ampliar o exame a países do Mercosul.
O que muda na prática
De acordo com o MEC, as mudanças têm por objetivo harmonizar critérios de avaliação entre o ensino médio e instrumentos nacionais de avaliação. Em tese, o Enem passaria a emitir um diagnóstico oficial sobre a conclusão da educação básica, sem, porém, suprimir outros mecanismos de certificação já em uso nas redes estaduais e municipais.
O ministério informou que a nota do Enem continuará valendo para seleção em vagas de ensino superior via Sisu e outros processos, mas que a prova terá camadas adicionais de avaliação para aferir conhecimentos essenciais definidos pela BNCC. Fontes oficiais apontam para adaptações na banca examinadora e nos parâmetros de correção.
Impactos pedagógicos e operacionais
Especialistas consultados pelo veículo ressaltam que tornar o Enem um instrumento formal de certificação exige adequações pedagógicas e operacionais. “É preciso alinhar currículos, calendários e sistemas de avaliação para que o exame reflita efetivamente a conclusão da etapa escolar”, disse um pesquisador em avaliação educacional ouvido pela reportagem.
Além disso, existem riscos logísticos. A ampliação do papel do Enem pode sobrecarregar a aplicação e a correção, e há desafios para garantir equidade entre redes com diferentes recursos. Gestores estaduais também manifestaram preocupações sobre prazos e consultas prévias antes de qualquer mudança normativa.
Estudos sobre o Mercosul
O MEC anunciou que conduz estudos sobre a possibilidade de aplicar o exame a países do Mercosul, com a intenção de criar um instrumento regionalizado de certificação. Segundo o cronograma apresentado, os estudos técnicos sobre essa expansão devem ser concluídos até março do ano seguinte, quando o ministério poderá divulgar propostas concretas para negociação internacional.
A proposta internacional exigirá rodadas de alinhamento com parceiros, definição de equivalências curriculares e mecanismos de garantia de qualidade. Diplomatas e especialistas em educação internacional deverão ser acionados para negociar critérios comuns, traduções e logística de aplicação em diferentes sistemas.
Reações e pontos de atenção
Na cobertura pública, o MEC enfatiza os prazos e o caráter estudado das mudanças. Por outro lado, reportagens e entrevistas com gestores estaduais destacam a necessidade de consultas e de tempo para adaptação. Não há, até o momento, decreto ou norma publicada que fixe a alteração de forma definitiva; trata-se de um anúncio de intenção acompanhado por um calendário de estudos.
Pesquisadores alertam que a medida precisa vir acompanhada de investimentos em avaliação formativa e em formação docente, para que o Enem reflita o aprendizado e não apenas a capacidade de realizar provas padronizadas. A equidade regional e socioeconômica também aparece como preocupação central.
Calendário e próximos passos
De acordo com documentos distribuídos na coletiva, o MEC pretende concluir os estudos técnicos até março do ano seguinte. A partir daí, a pasta avalia a realização de consultas públicas ou diálogo formal com redes estaduais e municipais antes de propor qualquer mudança normativa.
Entre os passos esperados estão a divulgação de relatórios técnicos, mesas de debate com especialistas e a definição de parâmetros objetivos de certificação. A equipe do ministério afirmou que versões-piloto e etapas de implementação escalonada podem ser adotadas para reduzir riscos operacionais.
Contexto e balanço
A mudança anunciada insere-se em um debate maior sobre avaliação educacional no Brasil. Ao reforçar o caráter avaliativo do Enem, o governo busca coerência entre metas de alfabetização, formação integral e instrumentos nacionais de avaliação. Ainda assim, a transição exige coordenação com secretarias de educação, legisladores e atores da sociedade civil.
A apuração do Noticioso360 cruzou informações de veículos nacionais e documentos oficiais para mapear cronogramas e declarações. Onde houve divergência entre versões jornalísticas, o texto procurou apresentar as diferentes interpretações e ressalvas das fontes primárias.
Projeção futura
Se implementada, a iniciativa pode redefinir rotinas escolares, critérios de certificação e a relação entre avaliação nacional e políticas públicas de educação. Analistas apontam que o movimento pode exigir anos de articulação e investimentos, e tem potencial para influenciar a negociação de recursos entre União, estados e municípios.
Analistas também destacam que uma eventual expansão ao Mercosul colocaria o Brasil na vanguarda de certificações regionais, com implicações para mobilidade estudantil e reconhecimento de diplomas.
Fontes
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Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

