Relato indica que o High Court teria responsabilizado a BHP pelo rompimento da Barragem do Fundão.

Relato indica que o High Court teria responsabilizado a BHP pelo rompimento da Barragem do Fundão.

Decisão do High Court em foco

Relatos recebidos pela redação indicam que a High Court of Justice, do Reino Unido, proferiu decisão em 14 de novembro que atribuiria responsabilidade à mineradora BHP pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 5 de novembro de 2015.

Segundo análise da redação do Noticioso360, a informação, se confirmada integralmente no texto da sentença, teria alto impacto jurídico e prático para prefeituras e entes brasileiros que buscam reparação pelos danos socioambientais.

Apuração e o que já se sabe

A apuração do Noticioso360 cruzou documentos e reportagens públicas sobre o caso para verificar três pontos centrais: existência e data exata da decisão do High Court; número e acesso ao processo; e efeitos jurídicos apontados — especialmente sobre a habilitação de prefeituras como credores ou parte interessada.

O rompimento da Barragem do Fundão, em 2015, atingiu comunidades em Mariana e na bacia do Rio Doce, causou mortes e danos ambientais extensos. Na época, a barragem pertencia à Samarco, controlada por Vale e BHP em joint venture, o que motivou debates sobre responsabilidade direta, subsidiária e por sucessão empresarial.

Fontes e limitações da checagem

Apesar de relatos sobre a sentença, o Noticioso360 não teve acesso direto ao PDF oficial da corte ou a um índice de decisões que permitisse confirmar integralmente o teor do acórdão atribuído ao High Court (14/11).

Sem o texto oficial não é possível afirmar com segurança se a responsabilização é atribuída diretamente à BHP, se decorre de obrigações contratuais da Samarco, ou se se refere a uma responsabilização subsidiária. Também falta confirmar lista nominal de prefeituras habilitadas e eventual fundamentação legal apontada na decisão.

O que a hipótese de responsabilização implica

Se de fato a High Court reconheceu a BHP como responsável por danos civis e ambientais, isso poderia facilitar a execução de decisões em território estrangeiro e a habilitação de credores, incluindo municípios brasileiros, perante regimes transnacionais de responsabilização.

Tribunais no Reino Unido podem admitir claims contra empresas sediadas no país por atos praticados por controladas ou joint ventures. Em teoria, uma condenação daí poderia abrir caminho para tentativas de execução de valores e para requerimentos de habilitação de credores afetados no exterior.

Desdobramentos processuais prováveis

Por outro lado, decisões de primeira instância ou de tribunais superiores estrangeiros costumam ser alvo de recursos. Parte dos efeitos econômicos dependeria de procedimentos subsequentes: pedidos de apelação, reconhecimento e execução em outras jurisdições, e eventuais homologações em tribunais brasileiros para fins de liquidação de débitos.

Impacto local e para as prefeituras

A menção, nos relatos, de habilitação de prefeituras como parte interessada tem potencial impacto prático — sobretudo se houver reconhecimento formal do crédito em favor dos municípios. Isso facilitaria a liberação de recursos e ações de reparação locais.

No entanto, é preciso cuidado: mesmo que prefeituras apareçam em listas de credores em processos estrangeiros, a conversão desse reconhecimento em recebimento efetivo depende de trâmites complexos e de negociações entre partes, além de eventuais execuções patrimoniais.

O que ainda precisa ser obtido

Para transformar a informação em reportagem conclusiva, o Noticioso360 solicitou explicitamente: (1) cópia integral da sentença do High Court; (2) número do processo e extrato oficial; (3) identificação nominal das prefeituras habilitadas; (4) posicionamento formal da BHP; e (5) manifestações das prefeituras e do Ministério Público.

Sem esses documentos, a versão permanece sob verificação. Reforçamos que relatos preliminares podem divergir em pontos cruciais — por exemplo, entre responsabilização direta e subsidiária — e que a interpretação do alcance jurídico exige leitura do texto integral da decisão.

Contexto jurídico e histórico

Desde 2015, o caso Samarco/Fundão tramita em múltiplas frentes no Brasil e no exterior, com acordos de reparação, processos civis e investigações. A discussão sobre responsabilização transnacional de controladoras e matrizes tem sido recorrente, e decisões estrangeiras podem influenciar negociações e precedentes.

Além disso, eventuais decisões de cortes superiores no Reino Unido podem estabelecer teses sobre deveres de diligência e responsabilidade por atos de subsidiárias ou joint ventures, com efeitos que se estendem a litígios ambientais globais.

Recomendações da redação

Diante das dúvidas, a linha editorial prudente do Noticioso360 é qualificar a notícia como “sob investigação” até a apresentação do acórdão ou de extratos oficiais. Solicitamos às assessorias envolvidas que enviem notas e documentos que comprovem o teor da sentença e a lista de habilitados.

Também orientamos checagens complementares em portais oficiais do Judiciário do Reino Unido e repositórios de decisões judiciais, além de consulta a bases jornalísticas confiáveis para rastrear eventuais publicações do caso.

Impactos possíveis e projeção

Se confirmada a responsabilização da BHP, a decisão teria efeito simbólico e prático: simbolicamente, fortaleceria a possibilidade de responsabilização transnacional; praticamente, poderia acelerar pedidos de reparação por entes públicos e privados.

No entanto, os impactos concretos dependerão de recursos, acordos e de eventuais execuções em diferentes jurisdições — um processo que pode levar meses ou anos para se desdobrar.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Analistas apontam que o desdobramento pode redefinir o cenário de responsabilização empresarial nos próximos meses.

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