Hipertensão, diabetes e tabagismo lideram riscos; mudanças simples diminuem chances de AVC.

Hipertensão, diabetes e tabagismo lideram riscos; mudanças simples diminuem chances de AVC.

O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, ocorre quando há interrupção do fluxo sanguíneo ao cérebro e pode provocar morte ou sequelas permanentes.

Os sinais de alerta exigem atenção imediata: fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, desvio facial e perda súbita da visão ou do equilíbrio. O reconhecimento rápido e a busca por atendimento em unidades com capacidade para trombólise são determinantes para reduzir danos.

Segundo análise da redação do Noticioso360, que cruzou reportagens do G1 e da BBC Brasil com dados oficiais de saúde, a maior parte dos casos está associada a fatores que podem ser identificados e, em muitos casos, controlados.

Hipertensão: o principal fator

A hipertensão arterial é apontada por especialistas como o principal fator de risco para AVC. O controle inadequado da pressão eleva significativamente as chances tanto de AVC isquêmico quanto hemorrágico.

Medidas simples, como monitoramento regular da pressão em consultas de atenção primária, adesão a tratamento medicamentoso quando indicado e redução de sal na dieta, mostram efeito comprovado na diminuição de eventos cardiovasculares.

Outros fatores individuais

Diabetes e dislipidemia (colesterol alto) favorecem a aterosclerose — o acúmulo de placas nas artérias — e aumentam a probabilidade de obstrução de vasos cerebrais.

O tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são determinantes importantes. Estudos e levantamentos jornalísticos indicam que fumar e beber em excesso podem multiplicar o risco de AVC em comparação com não fumantes e consumidores moderados.

Obesidade e sedentarismo

O envelhecimento da população, aliado ao aumento da obesidade e à falta de atividade física, cria um cenário de risco populacional. A prática regular de exercícios e a manutenção de peso saudável são medidas fundamentais de prevenção primária.

Sintomas de alerta e ação imediata

Reconhecer os sinais pode salvar vidas. A regra FAST (Face, Arm, Speech, Time) — rosto, braço, fala, tempo — é uma ferramenta prática: ao identificar assimetria facial, fraqueza em um braço e dificuldade na fala, procure socorro imediatamente.

Unidades com capacidade para exames de imagem e tratamentos como trombólise e trombectomia têm mais chance de reduzir sequelas quando o paciente chega em tempo hábil. Por isso, a velocidade na rede de atendimento é crucial.

Políticas públicas e atenção primária

Para especialistas consultados, ampliar a cobertura da atenção primária e fortalecer redes de atenção ao AVC — com fluxos rápidos de transferência e tratamento especializado — são estratégias centrais para reduzir mortalidade e incapacidades.

Programas que combinam rastreamento, educação em saúde e tratamento farmacológico para hipertensão e diabetes têm impacto direto na queda de eventos. No entanto, desigualdades regionais no acesso a serviços e baixa adesão a medicações crônicas limitam a efetividade das medidas.

Educação em saúde e prevenção populacional

Campanhas de conscientização sobre alimentação, redução do sal e do consumo de álcool, cessação do tabagismo e incentivo à atividade física são ações com retorno mensurável para a saúde coletiva.

Além disso, intervenções estruturais que atuem sobre determinantes sociais — acesso a alimentos saudáveis, espaços públicos para exercício e consultas regulares — são necessárias para mudanças sustentadas no médio e longo prazo.

Recomendações práticas

  • Monitore a pressão arterial regularmente e siga orientações médicas.
  • Faça exames de rotina para avaliar glicemia e perfil lipídico.
  • Adote dieta rica em frutas, legumes e com menos sal; reduza alimentos ultraprocessados.
  • Pratique atividade física regular — ao menos 150 minutos semanais de intensidade moderada.
  • Procure ajuda para deixar de fumar e limite o consumo de álcool.

Para pessoas com histórico familiar ou condições crônicas, o acompanhamento clínico frequente e a adesão ao tratamento são medidas essenciais para reduzir risco de AVC.

Desafios do sistema de saúde

Fortalecer a atenção primária, integrar fluxo de referência e contrareferência e garantir acesso rápido a exames de imagem são pontos frequentemente citados por especialistas como prioritários.

Em muitos locais, a baixa cobertura de serviços e desigualdades regionais dificultam o diagnóstico precoce e o seguimento adequado. Políticas que ampliem a disponibilidade de consultas e a adesão a terapias podem reduzir a carga do AVC no país.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Analistas apontam que o fortalecimento da atenção primária e políticas de prevenção podem reduzir de forma sustentada a incidência de AVC no país.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima