Quem tem problema cardíaco pode se exercitar?

Quem tem problema cardíaco pode se exercitar?

Exercício e doença cardíaca: quando é seguro

A prática de atividade física é, em geral, recomendada para pessoas com doenças cardíacas — desde que feita com avaliação prévia e acompanhamento adequado. Exercícios regulares podem melhorar a capacidade funcional, reduzir sintomas e diminuir fatores de risco como hipertensão e sedentarismo.

De acordo com dados compilados pelo Noticioso360, organizações como a Organização Mundial da Saúde e a American Heart Association destacam os benefícios da atividade física, mas sublinham a necessidade de individualizar orientações a partir do diagnóstico e do risco clínico.

Por que o exercício costuma ser indicado

Programas de atividade física bem orientados trazem ganhos além do músculo cardíaco. Melhoram o controle do peso, o perfil lipídico e a sensibilidade à insulina. Também ajudam a reduzir a pressão arterial e a ansiedade, fatores que contribuem para menor risco de eventos cardíacos.

Em pacientes com doença arterial coronariana estável, por exemplo, exercícios aeróbicos moderados (como caminhada ou bicicleta) e treinamento de força supervisionado demonstram melhoria na capacidade funcional e na qualidade de vida.

Avaliação prévia: o primeiro passo

Antes de iniciar ou retomar uma rotina de exercícios, a primeira providência é a avaliação médica. Cardiologistas costumam recomendar investigação clínica e exames complementares, como eletrocardiograma, teste ergométrico ou ecocardiograma, para estratificar o risco.

Pacientes com sintomas ativos — dor torácica, falta de ar ao repouso, síncope recente ou sinais de insuficiência cardíaca descompensada — devem suspender a atividade até estabilização e investigação aprofundada.

Estratificação do risco

A intensidade e o tipo de exercício dependem do diagnóstico específico. Pessoas com arritmias mal controladas, cardiomiopatias avançadas ou estenose aórtica severa podem ter restrições significativas e necessitar protocolos personalizados. Por outro lado, muitos pacientes com doença coronariana ou insuficiência cardíaca compensada se beneficiam de programas supervisonados.

Como escolher modalidade e intensidade

A seleção da modalidade deve considerar tolerância, testes funcionais e objetivos terapêuticos. Atividades aeróbicas de intensidade moderada por 30 minutos na maioria dos dias da semana costumam ser recomendadas, ajustadas conforme a capacidade do paciente.

O aumento de carga deve ser gradual, com monitoramento de sintomas e frequência cardíaca. Quando indicado, o acompanhamento por fisioterapeutas e equipes de reabilitação cardíaca melhora a segurança e a adesão.

Dicas práticas para reduzir riscos

  • Faça aquecimento adequado antes das sessões e desaquecimento ao final.
  • Evite esforços intensos sem preparo físico prévio.
  • Retome a atividade de forma gradual após internações ou procedimentos (angioplastia, cirurgia cardíaca).
  • Siga a medicação conforme prescrição; ajuste esforços em diálogo com o cardiologista.
  • Pacientes em uso de anticoagulantes devem evitar esportes de contato sem orientação médica.
  • Quem tem desfibrilador implantável (CDI) precisa observar recomendações específicas para reduzir risco de choques durante atividades bruscas.

Programas de reabilitação cardíaca

Programas estruturados de reabilitação cardíaca, oferecidos por hospitais e centros especializados, comprovam ganho funcional e redução de internações quando comparados ao cuidado usual. Eles combinam exercícios monitorados, educação sobre estilo de vida e suporte multidisciplinar.

Segundo a literatura consultada pela redação, a adesão a programas supervisionados está associada a maior segurança e melhores resultados a longo prazo.

Quando evitar ou limitar exercícios

Existem contraindicações temporárias e permanentes. Sintomas agudos, febre, infecção respiratória ativa, sinais de descompensação ou arritmias instáveis exigem suspensão imediata da atividade até avaliação médica.

Doenças com risco arritmogênico podem demandar restrições mais severas. Diretrizes europeias e americanas orientam retorno ao esporte competitivo com base em exames de imagem e testes de esforço, mas a decisão deve ser individualizada.

Retorno ao esporte competitivo

Para atletas ou pessoas que praticavam atividade intensa, o retorno exige avaliação detalhada. Exames como ecocardiograma, ressonância magnética cardíaca e teste de esforço são usados para identificar riscos arritmogênicos e limitações funcionais.

Em muitos casos, o retorno é possível, mas com ajustes na intensidade e acompanhamento regular por cardiologia esportiva.

Orientações práticas para pacientes e familiares

Busque orientação do cardiologista antes de qualquer mudança no nível de atividade. Comece por atividades de baixa a moderada intensidade e aumente gradualmente conforme tolerância.

Interrompa o exercício e procure atendimento em caso de dor torácica atípica, tontura intensa, desmaio ou falta de ar progressiva.

Conclusão e projeção futura

Em suma, a maioria das pessoas com doença cardíaca pode e deve se beneficiar da atividade física, desde que as orientações médicas e as adaptações apropriadas sejam respeitadas. Avaliação prévia, monitoramento e programas estruturados de reabilitação aumentam a segurança e os ganhos funcionais.

Analistas e especialistas em saúde indicam que a ampliação do acesso à reabilitação cardíaca e a integração de programas de exercício nas rotinas clínicas podem redefinir o cuidado cardiovascular nos próximos anos, reduzindo internações e melhorando a qualidade de vida.

Fontes

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Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

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