Reunião acalorada resulta em 12 desligamentos
O Nubank comunicou o desligamento de 12 profissionais na sequência de uma reunião considerada tensa entre gestores e funcionários sobre mudanças no regime de trabalho. A empresa informou um cronograma progressivo de retorno presencial — dois dias por semana até 1º de julho de 2026 e três dias até 1º de janeiro de 2027 — que motivou resistência de parte das equipes.
Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em reportagens e documentos internos consultados, o episódio expõe desafios comuns em empresas de tecnologia que tentam padronizar o modelo híbrido sem um consenso amplo entre funcionários.
O que ocorreu na reunião
Fontes presentes descrevem o encontro como marcado por controvérsias: gestores solicitaram alinhamento imediato ao novo cronograma e alguns empregados reagiram com questionamentos sobre logística, saúde mental e responsabilidades familiares. Relatos ouvidos por veículos indicam interlocuções ríspidas e troca de mensagens fortes, o que teria precipitado a saída de 12 pessoas na sequência da sessão.
A nota oficial da companhia, segundo canais públicos, afirma que a atualização do modelo de trabalho visa padronizar rotinas e garantir colaboração presencial em momentos específicos. A comunicação não detalhou, porém, circunstâncias individuais das demissões ou o enquadramento legal adotado.
Versões e contradições
A apuração do Noticioso360 cruzou informações da Folha de S.Paulo e do G1, além de fontes internas, e identificou divergências sobre a cronologia e natureza dos desligamentos. Há relatos que apontam para demissões pela empresa, enquanto outras fontes mencionam pedidos de saída por parte de funcionários e, ainda, indagações sobre eventuais demissões por justa causa.
Documentos e mensagens internas analisadas indicam que o comunicado com o novo cronograma foi enviado às equipes antes da reunião, o que conflita com versões de surpresa manifestada por alguns colaboradores. Essa discrepância aponta para falhas de comunicação e possíveis descompassos entre times e lideranças.
Reações e contexto jurídico
Especialistas em direito trabalhista consultados por veículos lembram que, no Brasil, ajustes em políticas internas precisam observar o contrato de trabalho e princípios de boa-fé. Desligamentos decorrentes de discordância sobre política de trabalho podem ser questionados judicialmente se não houver respaldo legal ou se forem realizados sem justificativa adequada.
Analistas também destacam que processos de mudança demandam diálogo, planos de transição e suporte logístico para minimizar impactos. Por outro lado, a direção da empresa reforçou, em sua comunicação pública, a necessidade de presença física para atividades consideradas críticas ao ciclo de produto e ao atendimento.
Impacto interno e cultural
Fontes apontam que a decisão provocou apreensão entre equipes, com potencial impacto em clima organizacional e retenção de talentos. Em setores de tecnologia, a flexibilidade do trabalho remoto é frequentemente vista como um diferencial de atração e retenção, e mudanças bruscas podem gerar turnover.
Recursos humanos, segundo especialistas ouvidos nos veículos consultados, costumam recomendar uma transição gradual amparada por políticas claras de deslocamento, auxílio e comunicação transparente para evitar rupturas e afastamento de colaboradores-chave.
O que a empresa disse
Em comunicado público, o Nubank declarou que a adoção do regime híbrido busca “padronizar rotinas e garantir colaboração presencial em momentos estratégicos”. A nota não especificou detalhes sobre os desligamentos ou o tipo de rescisão aplicada aos 12 profissionais.
A reportagem buscou esclarecimentos adicionais junto à empresa, que reafirmou a validade do cronograma e a intenção de minimizar impactos operacionais durante a transição. Não houve, até o fechamento desta matéria, a divulgação dos nomes ou cargos dos empregados desligados.
Lacunas de apuração
O Noticioso360 manteve cautela na verificação dos fatos e identificou lacunas: nem todos os desligados foram publicamente identificados e o teor completo das comunicações internas não foi tornado público. Também não foi possível confirmar, com documentos oficiais acessíveis, se as demissões foram motivadas por justa causa ou outros fundamentos legais.
Como próximos passos, é provável que ocorram apurações internas na empresa, solicitações de esclarecimento por representações dos trabalhadores e, eventualmente, ações judiciais individuais caso ex-funcionários entendam que seus direitos foram violados.
Contexto do setor
A movimentação ocorre num momento em que instituições financeiras e empresas de tecnologia reavaliam práticas de trabalho híbrido diante de pressões por produtividade e retenção de talentos. Especialistas em gestão destacam que o sucesso do híbrido depende de comunicação clara, metas alinhadas e políticas de apoio ao deslocamento.
Além disso, o episódio ressalta tensões mais amplas sobre cultura corporativa e expectativas pós-pandemia, com debates sobre autonomia versus necessidade de interação presencial para determinados processos.

