Contarato preside CPI do Crime Organizado no Senado

Contarato preside CPI do Crime Organizado no Senado

Instalação e resultado apertado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado foi instalada no Senado nesta terça-feira, com a eleição do senador Fabiano Contarato (PT-ES) para a presidência. A escolha ocorreu por diferença de um voto em procedimento nominal, segundo registro da sessão.

O placar mínimo e as negociações que antecederam a votação marcaram o início formal dos trabalhos, que prometem foco em facções criminosas e milícias que atuam em diferentes Estados do país.

Composição e atribuições

O senador Alessandro Vieira (sem partido) foi indicado como relator da CPI, cargo que o coloca responsável pela condução da instrução dos trabalhos e pela elaboração do relatório final. Segundo o comunicado oficial do Senado consultado pelo Noticioso360, a comissão terá poderes de investigação típicos do Senado, incluindo convocação de depoimentos, requisição de documentos e pedidos de informação a órgãos públicos e privados.

De acordo com levantamento e análise da redação do Noticioso360, que cruzou dados do registro de sessão do Senado e reportagens de veículos nacionais, a agenda inicial deve priorizar oitivas com autoridades policiais, representantes de forças de segurança estaduais e especialistas em segurança pública.

Agenda prevista

Fontes presentes relataram que, nas próximas semanas, a CPI deve abrir um cronograma de audiências para mapear o funcionamento das quadrilhas em rede e investigar possíveis conexões entre facções e milícias locais. Entre os alvos das convocações estão delegados, representantes do Ministério Público e gestores estaduais de segurança.

Além disso, a comissão pode solicitar cooperação formal de polícias civis e federais, requisitar documentos e acompanhar investigações em curso. A experiência de outras CPIs aponta que a integração de informações com órgãos de investigação será decisiva para a efetividade das apurações.

Disputas políticas e técnica versus política

A votação apertada reflete negociações intensas e divergências sobre o perfil técnico ou político que a CPI deveria adotar. Integrantes que defendem um viés técnico argumentam que a composição e a relatoria precisam favorecer instruções aprofundadas e isentas.

Por outro lado, parlamentares alinhados a correntes que sustentaram a candidatura do vice-presidente Hamilton Mourão manifestaram preocupação com a composição e alertaram para o risco de politização dos trabalhos. O resultado por um voto indica que haverá disputa contínua pela condução das investigações e pelos encaminhamentos legislativos e judiciais subsequentes.

Transparência e fontes

A apuração do Noticioso360 privilegia fontes institucionais — como o registro da sessão no Senado — e reportagens publicadas por veículos que acompanharam a instalação. Onde houve divergência entre versões, a redação buscou apresentar as diferentes versões e evitar hierarquizar hipóteses não confirmadas.

Relatos de servidores e parlamentares presentes apontam que a escolha do presidente e do relator buscou imprimir um caráter técnico à comissão, ainda que nem todos os grupos concordem com essa leitura.

O que a CPI pode investigar

Especialistas consultados indicam dois eixos prioritários: o levantamento do funcionamento das facções em rede e a eventual conexão dessas organizações com estruturas de milícias locais, incluindo possíveis vínculos com agentes públicos.

Investigações poderão abranger desde a logística de atuação das organizações até a infiltração em contratos públicos e conivência local. A coleta de documentos, quebra de sigilos e depoimentos deverão compor a estratégia de instrução, caso a comissão aprove requerimentos robustos.

Impactos e riscos processuais

O caminho da CPI envolve riscos procedimentais: decisões sobre pedidos de informação, convocações e encaminhamentos ao Ministério Público podem ser objeto de disputas e recursos. A margem estreita que elegeu a presidência aumenta a probabilidade de embates internos que atrasem a tramitação de requerimentos.

Por outro lado, uma atuação coesa e técnica tem potencial para produzir encaminhamentos com efeito prático, incluindo recomendações e encaminhamentos formais ao Ministério Público e à Justiça.

Próximos passos

Fontes ouvidas pela reportagem estimam que o cronograma de oitivas comece a ser divulgado nas próximas semanas. A efetividade da investigação dependerá da cooperação institucional entre o Senado e órgãos como polícias estaduais, Polícia Federal e Ministério Público.

Além disso, a administração documental e a articulação política entre bancadas serão decisivas para garantir ritmo às investigações e evitar que disputas partidárias consumam o tempo da comissão.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Analistas apontam que o movimento pode redefinir o cenário político nos próximos meses.

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