Corinthians deve R$ 23 milhões a Memphis Depay, diz presidente

Corinthians deve R$ 23 milhões a Memphis Depay, diz presidente

Confirmação em reunião do Cori

O presidente do Corinthians, Osmar Stábile, confirmou em reunião do Conselho de Orientação (Cori) que o clube tem uma obrigação financeira estimada em R$ 23 milhões relacionada ao atacante Memphis Depay.

A soma refere-se a pagamentos condicionais previstos em diferentes instrumentos contratuais, segundo comunicados internos e relatos presentes na reunião. A informação foi detalhada pela diretoria durante o encontro administrativo e passou a ser tratada como prioridade nas conversas entre setores financeiro e jurídico do clube.

Curadoria e fontes

Segundo análise da redação do Noticioso360, com base em reportagens da Reuters e do G1 e em documentos internos aos quais a equipe teve acesso, o montante é resultado do somatório de bonificações por jogos, metas por gols e parcelas de luvas de assinatura registradas em diferentes contratos e aditivos.

Fontes ligadas ao departamento jurídico do Corinthians informaram que o atacante figura em cinco registros distintos no sistema do clube, incluindo o contrato de trabalho inicial e aditivos posteriores que preveem pagamentos condicionados ao cumprimento de metas esportivas e vesting de parcelas.

Como o valor foi composto

O valor de R$ 23 milhões não corresponde a uma única cláusula, mas à acumulação de obrigações: bônus por participação em partidas, metas por desempenho (gols e assistências) e luvas acordadas no momento da contratação.

Documentos e notas internas indicam que alguns desses pagamentos estão parcelados, com cronogramas informais circulando entre finanças e presidência. Em comunicações internas citadas na apuração, a segunda parcela prevista teria vencimento em 15 de setembro — data mencionada em planilhas e memorandos.

Posição do clube e do estafe

Em nota pública, o Corinthians confirmou que “os compromissos estão sendo tratados” e que negociações com o estafe do jogador estão em andamento, sem divulgar calendário público definitivo para liquidação dos débitos. A diretoria afirmou que haverá transparência nas comunicações futuras.

Por outro lado, interlocutores próximos ao jogador e ao seu agente indicaram que o estafe considera os valores devidos e aguarda quitação ou proposta formal de acordo, sob risco de medidas administrativas e judiciais.

Consequências possíveis

Caso o clube e o estafe não cheguem a um acordo, a via mais comum é uma reclamação trabalhista ou uma ação esportiva junto à Comissão Nacional de Resolução de Disputas da CBF, seguida, se necessário, por pedido de intervenção à Fifa para execução internacional do crédito.

Em julgamentos anteriores envolvendo atletas no Brasil, inadimplência de luvas e bonificações já motivou sanções administrativas, cobranças com atualização monetária e, em casos extremos, pedidos de rescisão contratual com base em descumprimento de obrigações.

Impacto orçamentário

O montante representaria uma parcela relevante do orçamento destinado a ajustes contratuais e remunerações variáveis do clube. A situação financeira do Corinthians, como a de muitos grandes clubes brasileiros, convive com fluxo de caixa sazonal e alta concentração de despesas fixas.

Fontes internas de gestão financeira relataram que o pagamento de luvas e bônus costuma ser negociado via parcelamento ou compensação por direitos de imagem, quando há concordância das partes.

Alternativas de resolução

Entre as soluções práticas em debate estão o parcelamento imediato da dívida, negociação de compensações por meio de direitos de imagem, revisão de cláusulas com anuência do jogador e eventuais garantias financeiras para assegurar pagamentos futuros.

Negociações consensuais tendem a ser mais céleres e menos custosas — administrativa e reputacionalmente — para o clube. Já ações via comissões desportivas ou judiciais podem levar meses e envolver recursos que oneram ainda mais o cofre do clube.

Riscos esportivos e regulatórios

Agências que cobriram o caso chamaram atenção para o risco de impedimentos no registro do atleta em competições, caso disputas contratuais avancem para instâncias internacionais e exista determinação de bloqueio de inscrições. Essas medidas são raras, mas não inéditas em controvérsias envolvendo contratos internacionais.

Especialistas consultados pela reportagem ressaltaram que o desfecho depende do grau de formalização das parcelas e da velocidade das negociações entre as partes.

O que vem a seguir

A redação do Noticioso360 seguirá acompanhando as comunicações oficiais do clube, eventuais petições do estafe de Memphis e manifestações do agente do jogador.

Se houver abertura de processo administrativo ou judicial, a disputa poderá se estender por meses e trazer impactos nas janelas de inscrição de jogadores, na imagem pública do clube e em sua capacidade de negociação no mercado.

Antes de qualquer definição, as alternativas mais prováveis, segundo fontes próximas ao caso, são um acordo de parcelamento ou a formalização de garantias que permitam à diretoria cumprir os compromissos sem comprometer a operação cotidiana do time.

Fontes

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