Milei propõe jornada de até 12 horas na Argentina

Milei propõe jornada de até 12 horas na Argentina

Proposta prevê jornada de até 12 horas e flexibilização

Javier Milei, recém-eleito presidente da Argentina, anunciou que pretende avançar uma reforma trabalhista que altera pontos centrais da legislação do país, incluindo a possibilidade de jornadas diárias de até 12 horas, criação de bancos de horas e mudança nas regras de férias.

A medida, apresentada por integrantes da nova equipe econômica, visa reduzir custos para empregadores e flexibilizar o mercado de trabalho, segundo declarações oficiais. Ainda não existe texto legal finalizado: as medidas constam como linhas gerais que deverão ser transformadas em projetos de lei ou decretos, com tramitação prevista no Congresso.

Curadoria e fontes

Segundo análise da redação do Noticioso360, cruzando reportagens da Reuters e da BBC Brasil, as propostas anunciadas incluem pelo menos quatro pontos centrais: permitir jornadas diárias de até 12 horas mediante acordo entre empregado e empregador; trocar parte do pagamento adicional por compensação em bancos de horas; possibilitar o fracionamento do período de férias ao longo do ano; e oferecer incentivos fiscais a micro e pequenas empresas que contratem.

Reações sindicais e riscos jurídicos

Sindicatos argentinos reagiram de imediato, classificando a proposta como uma ameaça a direitos trabalhistas historicamente conquistados. Líderes sindicais afirmam que mudanças na jornada e na compensação de horas podem aumentar a precarização e ampliar a jornada efetiva de trabalho.

“Existe o risco real de que acordos individuais pressionem trabalhadores a aceitar jornadas mais longas por necessidade econômica”, disse um dirigente sindical ouvido pela imprensa local. Advogados trabalhistas também apontam para potenciais contestações judiciais, argumentando que alterações precisam ser compatíveis com garantias constitucionais e com convenções internacionais ratificadas pela Argentina.

Argumentos a favor: flexibilização e geração de empregos

Economistas favoráveis às reformas defendem que maior flexibilidade pode reduzir custos de contratação e estimular formalização do emprego. Segundo esses analistas, permitir acordos mais ajustados entre empregadores e empregados facilitaria a recuperação econômica e tornaria empresas mais competitivas.

Fontes do governo citadas por veículos internacionais dizem que a intenção é criar um ambiente que favoreça investimentos e reduza rigidez considerada por eles como entrave para a criação de vagas. “A flexibilização busca dinamizar o mercado de trabalho sem destruir o núcleo de direitos”, afirmou um integrante da equipe econômica em entrevista divulgada pela imprensa.

Como pode andar o processo legislativo

Qualquer alteração significativa na legislação trabalhista passará pelo Congresso e dependerá de negociações com diferentes blocos parlamentares. Projetos aprovados por decreto também podem ser contestados no Judiciário, o que acrescenta incerteza ao cronograma de implementação.

Analistas políticos consultados ressaltam que o poder legislativo argentino está fragmentado, o que torna provável que o texto final sofra recuos e ajustes para viabilizar aprovações. Além disso, manifestações e greves convocadas por sindicatos podem forçar recuos ou negociações adicionais.

Impacto por setor

Micro e pequenas empresas demonstram interesse em incentivos fiscais anunciados, mas pedem clareza sobre custos de transição e regras de aplicação. No setor industrial e de serviços, receios sobre pressões por aumento de jornadas e redução de pagamentos extras foram manifestados por representantes de trabalhadores.

Especialistas em direito do trabalho convocados por meios argentinos destacam que a forma de compensação de horas (bancos de horas versus pagamento imediato) será um ponto sensível. Regulamentações detalhadas sobre limites, prazos de compensação e fiscalização serão determinantes para evitar abusos.

Comparações internacionais e precedentes

Algumas reportagens lembram experiências em países que adotaram regimes de jornada mais flexíveis, com resultados mistos: em certos casos houve aumento de emprego formal, mas também incidência de jornadas mais longas e maior desgaste do trabalhador. A comparação indica que detalhes de implementação e fiscalização definem o equilíbrio entre ganhos de produtividade e perdas em proteção social.

Juristas salientam que a Argentina terá de observar convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e sua própria Constituição ao redigir mudanças, sob pena de enfrentar decisões contrárias no Supremo Tribunal ou em instâncias internacionais.

Próximos passos e possíveis cenários

Com as linhas gerais divulgadas, espera-se que equipe do governo apresente textos preliminares nas próximas semanas para debate com representantes parlamentares. O processo deve incluir audiências públicas, negociações com sindicatos e interlocução com setores empresariais.

Caso os projetos avancem sem diálogo ampliado, dirigentes sindicais já sinalizaram mobilizações que podem incluir greves setoriais. Por outro lado, a oferta de incentivos e ajustes nas regras poderá abrir caminhos para acordos locais que limitem confrontos.

Fechamento: implicações políticas e econômicas

Além do impacto direto sobre trabalhadores e empresas, a pauta pode ter reflexos políticos significativos. A tentativa de alterar normas trabalhistas é sensível em termos eleitorais e tende a polarizar debates no Congresso e na sociedade.

Para analistas, o sucesso ou fracasso das medidas dependerá não só do conteúdo final das propostas, mas também da capacidade do governo de negociar e de demonstrar efeitos positivos sobre emprego e produtividade sem erodir garantias básicas.

Fontes

Veja mais

Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

Analistas apontam que o movimento pode redefinir o cenário político nos próximos meses.

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