Porto de Paranaguá confirma vencedor de leilão para dragagem
O consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD), formado pela brasileira FTS e pela belga Deme, venceu o leilão para executar a dragagem do canal de acesso do Porto de Paranaguá, conforme comunicado da administração portuária divulgado em 22 de outubro de 2025.
A iniciativa prevê investimentos próximos a R$ 1,2 bilhão e tem como objetivo aprofundar o canal de acesso, ampliar a mancha operável do berço e permitir a atracação de navios de maior calado, estratégia considerada central para reduzir custos logísticos das exportações brasileiras.
Apuração e curadoria
Segundo análise da redação do Noticioso360, a estimativa de impactos, timelines e valores apresenta variações entre documentos oficiais, notas das empresas e pareceres técnicos consultados durante a apuração.
Para organizar as informações, a reportagem cruzou editais, comunicados do porto, releases do consórcio e entrevistas com especialistas do setor. Onde houve divergência nas estimativas, foram priorizados números do edital e posições oficiais da administração portuária.
O que muda no acesso ao porto
A operação de dragagem tem por finalidade aprofundar o canal de acesso e aumentar a largura e profundidade navegável. Na prática, isso facilita a entrada e saída de embarcações com maior calado, possibilitando que navios de maior porte acessem o berço principal com segurança operacional.
Autoridades do porto estimam que, ao longo da execução, haverá incremento na eficiência de atracação e redução do fator de risco associado a manobras mais complexas. No entanto, analistas independentes alertam que a ampliação do calado não garante ganhos imediatos sem obras complementares nos berços, pátios e nos acessos terrestres – rodoviários e ferroviários.
Investimentos e cronograma
O aporte anunciado de R$ 1,2 bilhão deve cobrir aquisição ou locação de equipamentos especializados, contratação de equipes técnicas e implementação de programas de monitoramento ambiental. Fontes contratuais apontam que parte dos recursos será destinada a garantias técnicas e instrumentos de mitigação ambiental, exigidos no edital.
O consórcio vencedor informou que a obra será executada por trechos, priorizando áreas críticas para não interromper a operação diária do porto. A expectativa oficial é de que contratos formais sejam finalizados nas próximas semanas, seguidos de apresentação de cronograma detalhado e início das intervenções nos trechos prioritários.
Aspectos ambientais e de governança
Representantes de associações ambientais e consultorias independentes ouvidas pela reportagem ressaltam a necessidade de estudos aprofundados sobre os impactos da dragagem, reassentamento de sedimentos e risco para ecossistemas costeiros.
Há precedentes em que obras de dragagem demandaram reforço nas medidas mitigatórias ao longo da execução, seja por determinação de órgãos ambientais, seja por exigência de financiadores internacionais. Assim, monitoramento contínuo, planos de gerenciamento de sedimentos e compensações ambientais deverão constar das condicionantes para licenciamento.
Regulação e cláusulas do edital
O leilão seguiu regras estabelecidas pela agência reguladora do setor e pela administração portuária, com exigência de garantias técnicas, cronograma de execução e cláusulas de penalidade em caso de atraso ou não conformidade.
Fontes ligadas ao processo informaram que as propostas incluíram contratos de longo prazo e seguros que buscam reduzir riscos para a operação portuária e para a administração pública. A tramitação de licenças ambientais, por sua vez, pode alongar prazos inicialmente previstos pelo consórcio.
Impacto econômico e logístico
O complexo portuário de Paranaguá é um dos principais pontos de escoamento da produção agrícola brasileira. O aumento da capacidade de atracação e da previsibilidade operacional tende a reduzir custos logísticos das exportações, com reflexos em competitividade e prazos de embarque.
No entanto, ganhos efetivos dependem de uma série de fatores complementares: integração com infraestrutura terrestre, eficiência nas operações internas do porto e continuidade nas políticas de manutenção do canal. Sem essas medidas, parte do potencial benefício pode ficar aquém do esperado.
Riscos e divergências públicas
Existem divergências públicas sobre prazos e sobre a capacidade de aumentar, de imediato, a atracação de navios muito maiores. A administração portuária e representantes do CCGD adotam estimativas otimistas; analistas independentes sinalizam que adaptações internas do porto e aprovações ambientais são condicionantes importantes.
Além disso, o deslocamento e manejo de sedimentos pode exigir ajustes operacionais imprevistos e custos adicionais, dependendo do tipo de material dragado e das técnicas adotadas.
Próximos passos
As etapas seguintes incluem a finalização de contratos formais, apresentação pública de um cronograma detalhado pelo consórcio, obtenção das licenças ambientais necessárias e o início das intervenções prioritárias. A administração portuária informou que acompanhará a execução por meio de comitês técnicos e fiscais.
Fontes consultadas pela reportagem afirmam que o acompanhamento por órgãos reguladores, sociedade civil e imprensa será crucial para garantir transparência sobre prazos, desembolsos e medidas de mitigação.
Projeção
O impacto econômico projetado deve ser percebido ao longo de anos, conforme a obra avance e medidas complementares de infraestrutura sejam implementadas. Analistas apontam que a medida pode redefinir a competitividade do complexo paranaense no longo prazo, mas o ganho integral depende da integração com outras frentes logísticas.
Fontes
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Conteúdo verificado e editado pela Redação do Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

