Surto no Sul
O boletim semanal InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 16 de outubro de 2025, aponta um aumento nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada ao coronavírus em estados do Sul do Brasil, com destaque para o Rio Grande do Sul.
De acordo com levantamento da redação do Noticioso360, que cruzou o boletim InfoGripe da Fiocruz com reportagens da Reuters e da BBC Brasil, há uma tendência consolidada de alta nas hospitalizações graves por Covid-19 nas semanas epidemiológicas recentes.
O aumento aparece com mais intensidade em algumas mesorregiões do Rio Grande do Sul, enquanto outras mantêm estabilidade. Apesar da elevação nas notificações, os dados ainda não mostram, de forma inequívoca, um salto proporcional na letalidade.
Como a análise foi feita
A Apuração do Noticioso360 combinou séries temporais do InfoGripe — que reúne vigilância sentinela e notificações hospitalares — com entrevistas e levantamentos jornalísticos publicados pela Reuters e pela BBC em 17 de outubro de 2025.
Segundo a Fiocruz, o surto no Sul é um dos focos com maior crescimento proporcional nas últimas semanas. A Reuters relatou declarações de gestores de saúde locais sobre a necessidade de reavaliar estoques de medicamentos e leitos críticos. Já a BBC Brasil contextualizou o movimento comparando-o a surtos recentes na Europa e reforçou a importância da vacinação de reforço entre idosos e profissionais de saúde.
Por que há aumento de internações
Especialistas consultados por veículos internacionais e por autoridades locais relacionam o aumento a uma combinação de fatores: sazonalidade, maior circulação de variantes menores ou sublinhagens do Sars-CoV-2 e a concomitância com outros vírus respiratórios que pressionam leitos clínicos e de UTI.
Além disso, fontes hospitalares relataram maior procura por serviços de emergência por insuficiência respiratória, o que eleva as notificações de SRAG mesmo quando a gravidade média individual não muda substancialmente.
O surto afeta com mais impacto idosos e pessoas com comorbidades, grupos com menor resposta imunológica e maior risco de evolução para quadro grave.
Impacto regional e capacidade hospitalar
Em algumas cidades do Rio Grande do Sul as secretarias estaduais de saúde registraram aumento consistente de internações, com solicitações para abertura de leitos extras. Em outras áreas do estado, os indicadores permanecem estáveis, o que mostra heterogeneidade geográfica.
Gestores ouvidos pela Reuters mencionaram que é necessário reavaliar estoques de medicamentos, insumos e a ocupação de UTIs. A pressão sobre a rede hospitalar tende a aumentar se a circulação viral continuar em ascensão e se outros vírus respiratórios seguirem em circulação simultânea.
Testagem e vigilância diferenciada
Uma recomendação recorrente no material técnico e nas entrevistas é o reforço da testagem virológica diferenciada: identificar se os casos de SRAG são causados por Sars-CoV-2, influenza ou outros agentes permite direcionar medidas clínicas e de saúde pública.
Além disso, a troca rápida de informações entre secretarias estaduais e monitoramento semanal dos boletins, como o InfoGripe, são apontados como fundamentais para reduzir subnotificação e detectar surtos locais em tempo hábil.
O que dizem dados e reportagens
O InfoGripe usa séries temporais e indicadores de vigilância para mostrar tendência. As reportagens priorizam impacto sobre serviços e entrevistas com gestores. O cruzamento dessas fontes pelo Noticioso360 indicou convergência sobre a existência de tendência ascendente, mas também revelou lacunas sobre gravidade média e letalidade.
Em campo, hospitais confirmaram aumento de procura por atendimento respiratório, porém alguns especialistas pedem cautela antes de interpretar os números como retorno de uma onda generalizada — avaliação que depende de monitoramento nos próximos meses.
Medidas recomendadas
Entre as medidas sugeridas para mitigar impacto estão a ampliação das campanhas de vacinação de reforço para grupos vulneráveis, organização de estoques hospitalares e protocolos de testagem mais amplos.
Também se recomenda investigação detalhada da ocupação de UTIs por faixa etária e atualização semanal dos indicadores locais, além de campanhas de comunicação voltadas a idosos e profissionais de saúde.
Perspectiva
Analistas e autoridades apontam que a tendência observada nas últimas semanas pode se intensificar se não houver ações coordenadas de vigilância e vacinação. A sobrecarga hospitalar regional dependerá da evolução sazonal e da circulação de outros vírus respiratórios.
Especialistas projetam que, caso a tendência se mantenha, haverá necessidade de realocação de recursos e potencial reativação de planos de contingência no primeiro semestre de 2026.
Analistas apontam que a movimentação atual pode elevar a necessidade de reforços vacinais e influenciar políticas de saúde para a temporada 2026.
Fontes
Veja mais
- Governo nega pagamento à Globo por cena de ‘Vale Tudo’
- Protestos contra Trump mobilizam EUA e têm atos na Europa
- PM encontra crânios e ossos em apartamento nos Jardins
Conteúdo verificado e editado por Redação Noticioso360, com base em fontes jornalísticas verificadas.

