Identificação e mobilização
De acordo com levantamento do Noticioso360, que cruzou dados da Reuters, BBC e relatos de integrantes do Movimento Afro Cultural Batikum Ilu Odara, o percussionista Etevaldo Bispo dos Santos, conhecido como “Bahia”, foi apontado por conhecidos como uma das vítimas da execução ocorrida em Irajá, zona norte do Rio de Janeiro.
Fontes próximas à comunidade cultural informaram à nossa redação que Etevaldo tinha cerca de 52 anos e era natural de Salvador. Publicações em redes sociais e depoimentos de amigos indicam que ele participava de rodas de percussão e atividades do movimento afro local.
Segundo apurações preliminares, a ausência de documentos oficiais complicou o reconhecimento formal da identidade, o que levou amigos e coletivos a intensificarem a busca por parentes e por meios administrativos que permitam a identificação no Instituto Médico-Legal (IML).
O que se sabe sobre o caso
O incidente foi classificado por autoridades policiais como uma execução, segundo informou a imprensa local em matérias que citam boletins e comunicações de delegacias. Ainda assim, a polícia não divulgou oficialmente os nomes das vítimas até a conclusão de perícia e exames necroscópicos.
Relatos publicados nas redes e repassados entre integrantes do Batikum Ilu Odara apontam o nome e o apelido de Etevaldo já no dia em que o corpo foi encontrado. Há, no entanto, diferença entre a identificação informal feita por conhecidos e o registro oficial que depende de procedimentos forenses.
Conforme levantamento do Noticioso360, que revisou reportagens da Reuters e da BBC Brasil e coletou depoimentos de pessoas próximas ao movimento cultural, familiares e amigos pedem que qualquer informação sobre parentes seja enviada às contas do coletivo e às redes de apoio.
Perícia e procedimento oficial
O Instituto Médico-Legal é o responsável pela necropsia e pelo atestado de óbito com identificação definitiva. A confirmação oficial depende de exames que podem incluir análises antropológicas, comparação de impressões digitais e, quando necessário, exames de DNA.
Enquanto a investigação segue, a delegacia local abriu procedimentos para apurar circunstâncias do crime. Fontes policiais consultadas por veículos de imprensa classificaram o episódio como execução, mas disseram que não poderiam confirmar identidades sem o laudo pericial.
Essa diferença entre relatos comunitários e homologação institucional é comum em casos que envolvem pessoas em situação de vulnerabilidade e sem documentação, e destaca dificuldades práticas no acesso à justiça e à garantia de direitos básicos.
Vulnerabilidade de artistas de rua e percussionistas
Integrantes do Movimento Afro Cultural Batikum Ilu Odara afirmam que Etevaldo vivia em situação de vulnerabilidade e atuava como percussionista em rodas culturais e manifestações de rua. A ausência de vínculo formal de trabalho e a falta de documentos agravam o risco desses profissionais.
Organizações sociais e coletivos culturais vêm alertando que artistas de rua frequentemente ficam à margem de políticas públicas de proteção social. Sem carteira de trabalho, benefícios ou cadastro em programas sociais, torna-se mais difícil garantir auxílio funerário, acesso a serviços de saúde e suporte jurídico às famílias.
Além disso, movimentos afrodescendentes destacam o simbolismo da perda: líderes comunitários veem o ataque como mais um episódio que atinge não apenas uma pessoa, mas um patrimônio cultural imaterial, formado por gerações de mestres de percussão e transmissão de saberes.
Mobilização e apoio prático
Coletivos culturais e redes de solidariedade têm organizado campanhas para arrecadar recursos que possam custear o translado do corpo, procedimentos de identificação e apoio financeiro eventual à família, caso seja localizada. Também há solicitações para que órgãos públicos acelerem processos de identificação quando há suspeita de parentes fora do estado.
Movimentos locais pedem ainda que qualquer informação relevante seja encaminhada diretamente às páginas oficiais do Batikum Ilu Odara e a canais de comunicação comunitária. Esse tipo de articulação tem sido fundamental para localizar parentes e agilizar burocracias em casos anteriores.
Por outro lado, especialistas em políticas públicas consultados por Noticioso360 ressaltam a necessidade de iniciativas mais amplas, como cadastro de artistas de rua em programas municipais e ações específicas para garantir documentação civil e atendimento social continuado.
Repercussão e contexto urbano
O caso reacende debate sobre violência na zona norte do Rio e sobre a proteção a grupos culturais. Episódios de execução têm impacto direto na percepção de segurança nas regiões onde circulam rodas culturais e mercados informais.
Além disso, lideranças comunitárias apontam que a criminalidade associada a áreas com menor presença do poder público costuma tornar mais vulnerável a população em situação de rua e trabalhadores informais da cultura.
Segundo especialistas em segurança urbana, a combinação de ausência de políticas culturais estruturadas e déficit de serviços sociais contribui para um cenário em que muitos artistas ficam sem rede de proteção efetiva.
Linha do tempo
De acordo com as publicações e relatos consultados, as primeiras menções ao nome de Etevaldo surgiram nas redes sociais no mesmo dia em que o corpo foi encontrado. A partir daí, houve uma sequência de compartilhamentos para tentar localizar familiares e esclarecer as circunstâncias do homicídio.
Os próximos dias são decisivos para a confirmação oficial: laudos do IML, eventuais comunicações de parentes e os trâmites policiais definirão a identificação formal e os passos administrativos subsequentes.
Fechamento e projeção
Enquanto a investigação corre, a comunidade cultural segue mobilizada para prestar apoio e buscar meios de identificar e dar sepultamento digno à vítima, caso a confirmação se confirme.
Analistas e lideranças culturais apontam que essa mobilização pode ampliar a pressão por políticas públicas de proteção a artistas informais e por programas que facilitem a emissão de documentos civis, medidas que tendem a ganhar espaço no debate municipal nos próximos anos.
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Fontes
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