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Trombose mata milhões: saiba prevenir e agir

Por que a trombose é hoje um problema subestimado

No dia 13 de outubro, o Dia Mundial da Trombose chama atenção para uma condição que frequentemente passa despercebida: a formação de coágulos nas veias, conhecida como trombose venosa. Apesar de muitas vezes silenciosa, a doença pode evoluir para situações graves, como a embolia pulmonar, que bloqueia vasos no pulmão e pode ser fatal.

Segundo organizações especializadas, a trombose é responsável por uma carga alta de hospitalizações e mortes em todo o mundo. Vale lembrar que os coágulos podem surgir sem sintomas claros, por isso a prevenção e o diagnóstico precoce têm papel central na redução de mortes evitáveis.

Por outro lado, existe uma lacuna de conhecimento entre a população: muitos não reconhecem sinais ou ignoram fatores de risco que podem ser controlados. Neste texto, explicamos causas, sinais, tratamentos e medidas práticas para reduzir o risco no dia a dia.

O que é trombose venosa e por que ela se complica

A trombose venosa profunda (TVP) ocorre quando um coágulo se forma em veias profundas, tipicamente nas pernas. Se parte desse coágulo se desprende, pode viajar até os pulmões e causar uma embolia pulmonar (EP), que exige atendimento imediato.

Além disso, a trombose pode gerar sequelas crônicas, como a síndrome pós-trombótica, com dor e inchaço persistentes. Por isso, a doença não é só um risco imediato: pode comprometer qualidade de vida a longo prazo.

Fatores de risco e sinais que não devem ser ignorados

Algumas condições aumentam a chance de formar coágulos. Entre elas estão: imobilidade prolongada (como viagens longas ou internação), cirurgias recentes, uso de anticoncepcionais combinados, câncer, tabagismo, obesidade e histórico familiar de trombose.

Idade avançada e doenças crônicas também elevam o risco. Em mulheres, a gravidez e o puerpério são períodos de maior vulnerabilidade.

Os sinais podem ser sutis. Procure avaliação médica se houver inchaço unilateral na perna, dor persistente, calor ou vermelhidão. Se houver falta de ar súbita, dor no peito ou desmaio, busque emergência imediatamente — pode ser sinal de embolia pulmonar.

Como diferenciar sintomas e quando procurar ajuda

Nem todo inchaço indica trombose; entretanto, a presença de dor localizada acompanhada de calor e um único membro mais inchado que o outro aumenta a suspeita.

Profissionais usam exames como o d-dímero para triagem e a ultrassonografia com doppler para confirmar TVP. Em casos de suspeita de embolia, a tomografia computadorizada do tórax é comumente indicada.

Medidas simples e mudanças de comportamento que reduzem o risco

Existem atitudes cotidianas, fáceis de adotar, que diminuem a probabilidade de trombose. Movimentar-se regularmente em viagens longas e alongar as pernas durante o dia são medidas práticas e eficazes.

Hidratação adequada, manter um peso saudável e evitar permanecer sentado por horas sem pausa ajudam a manter o fluxo sanguíneo. Em pessoas com risco aumentado, meias de compressão graduada podem ser recomendadas por profissionais de saúde.

Além disso, avaliar o uso de anticoncepcionais e discutir alternativas com o médico é importante para quem tem outros fatores de risco. Vacinas e tratamentos médicos em geral devem ser avaliados caso a caso, sempre com orientação profissional.

Quando a medicação é necessária: prevenção medicamentosa e tratamento

Para quem tem risco elevado ou após cirurgias, médicos podem indicar anticoagulantes profiláticos — medicamentos que reduzem a chance de coágulos. No tratamento da TVP ou EP confirmada, o uso de anticoagulantes é o pilar terapêutico.

Os anticoagulantes exigem acompanhamento: ajustes de dose, monitoramento de sangramentos e avaliação de interações medicamentosas. Por isso, nunca suspenda nem inicie medicação sem orientação.

Em casos selecionados, procedimentos para remover o coágulo ou colocar filtros na veia cava podem ser discutidos por equipes especializadas.

Testes, triagem e o papel do sistema de saúde

Rastreios rotineiros para trombose não são indicados para toda a população, mas a triagem focada em grupos de risco aumenta a detecção precoce. Por exemplo, pacientes hospitalizados, especialmente após cirurgias ortopédicas ou com câncer, são frequentemente avaliados para profilaxia.

Além disso, campanhas públicas e treinamentos em emergência ajudam a reduzir atrasos no diagnóstico, um ponto crucial para baixar mortalidade por embolia pulmonar.

O que as campanhas têm alcançado e o que falta

Iniciativas como o Dia Mundial da Trombose buscam divulgar sinais, risco e prevenção. Apesar disso, especialistas apontam a necessidade de mais integração entre atenção primária e hospitais, além de acesso a exames e medicamentos em serviços públicos.

Outra frente importante é a educação do paciente: entender quando procurar ajuda e como gerenciar fatores de risco no cotidiano faz diferença na prevenção.

Fechamento: impacto social e próximos passos

Em resumo, a trombose é um problema de saúde com impacto individual e populacional. Prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado reduzem mortes e sequelas. Para o futuro, políticas de saúde que ampliem o acesso à prevenção e ao diagnóstico devem ser prioridade.

Por fim, adotar medidas simples hoje — como manter-se ativo, hidratar-se e consultar o médico ao identificar sinais suspeitos — é uma ação direta que salva vidas. A vigilância e a informação tornam a sociedade mais preparada para enfrentar uma condição muitas vezes silenciosa, mas evitável.

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